O campus da Universidade Federal do Pará (UFPA) em Belém foi palco nesta quarta-feira (12) de uma série de atividades da Cúpula dos Povos, evento paralelo à COP30. Movimentos sociais e lideranças de povos tradicionais participaram de debates, manifestações e atos simbólicos.
Um dos destaques da abertura foi o “Funeral dos Combustíveis Fósseis”, liderado pela professora Inês Antônia Santos Ribeiro, da Escola de Teatro e Dança da UFPA. Participantes formaram um corpo em formato de cobra, conhecido como Boiuna, simbolizando a denúncia dos impactos ambientais do uso de petróleo, gás e carvão mineral.
A Boiuna, figura central da cultura amazônica, representou a abertura de caminhos para as demandas das populações tradicionais da região. Inês destacou que a intenção do ato era, simbolicamente, fazer com que a cobra enterrasse os combustíveis fósseis, lembrando que a crise climática afeta diretamente fauna, flora e comunidades humanas.
“A arte é política, a arte é cultura. Pelos seus símbolos, ela pode representar a grande mensagem que queremos passar: de que somos vítimas de uma violência climática. Nesse território existem vidas que precisam ser sustentadas pelos nossos encantados, seres espirituais que são guardiões da natureza e da floresta”, disse a professora.
Além da manifestação artística, o primeiro dia da Cúpula contou com uma barqueata na Baía do Guajará, com mais de 200 embarcações e cerca de 5 mil participantes. Movimentos sociais e povos tradicionais apresentaram músicas, poesias e suas principais bandeiras de luta.
Na UFPA, delegações participaram de debates sobre transição energética, interseccionalidade e justiça climática, incluindo rodas de artivismo feminista, popular e antirracista. O objetivo do evento é unir vozes e propostas para pressionar líderes globais a assumirem compromissos efetivos contra o aquecimento global.

















