Os preços médios do açúcar cristal recuaram com força no mercado spot de São Paulo na primeira semana de novembro. De acordo com pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, o movimento de baixa foi impulsionado pela pressão crescente dos consumidores domésticos por ofertas a preços mais baixos, reflexo das recentes desvalorizações da commodity no mercado internacional.
No exterior, o clima de otimismo quanto à oferta global pesou sobre as cotações. Notícias sobre o avanço da produção de açúcar em países-chave fizeram os contratos futuros negociados na Bolsa de Nova York (ICE Futures) atingirem novas mínimas recentes. Esse comportamento reforçou o cenário de pressão sobre os preços internos, já que os compradores brasileiros passaram a negociar com maior cautela e buscar ajustes de valores nas transações locais.
Apesar de o Centro-Sul do Brasil ter registrado menor produtividade nos canaviais até a segunda quinzena de outubro, o setor conseguiu manter a moagem em ritmo intenso, resultando em produção ligeiramente superior à da safra 2024/25, conforme dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
O quadro atual combina, portanto, dois fatores que explicam a retração dos preços: o aumento da oferta global e o comportamento mais conservador dos compradores nacionais. Com a aproximação do fim da safra e a continuidade das quedas nas bolsas internacionais, o setor sucroenergético deve seguir atento à movimentação do câmbio e às novas projeções de produção em importantes países produtores, que tendem a influenciar as cotações nas próximas semanas.















