No primeiro dia da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, 111 países entregaram seus relatórios de metas climáticas, conhecidos como Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), anunciou a diretora executiva da COP30, Ana Toni.
De acordo com o Acordo de Paris, os 195 países signatários devem atualizar esses planos nacionais a cada cinco anos, mas até fevereiro deste ano, apenas uma pequena parte havia cumprido o prazo. Antes da abertura do evento, 79 países haviam submetido suas metas.
“Hoje à tarde nós ficamos sabendo que já temos 111 relatórios de NDCs publicados”, comemorou Ana Toni. “Temos 194 países credenciados para Belém, o que demonstra o fortalecimento do multilateralismo”, acrescentou durante entrevista coletiva.
A executiva também destacou que as negociações resultaram na aprovação da agenda de ações, definindo 145 temas prioritários a serem tratados até o encerramento da conferência, em 21 de novembro.
“A grande notícia hoje é que pudemos adotar a agenda de ações. Nos últimos quatro anos não conseguimos abrir a agenda no primeiro dia. Abrir a agenda no dia certo, nesse momento geopolítico, pode parecer pouco, mas é essencial”, afirmou Ana Toni.
Tecnologia
Segundo a diretora, o tema tecnológico é um dos mais complexos nas negociações. O Acordo de Paris prevê transferência de tecnologia e capacitação para apoiar países mais pobres na implementação das NDCs e em ações de mitigação e adaptação.
O tema foi inicialmente debatido na SB60, Conferência sobre Mudança Climática de Bonn, realizada em junho na Alemanha, evento preparatório para as decisões das COPs. A conferência reúne representantes de governos, cientistas, ativistas e observadores globais para discutir estratégias climáticas.
“O tema de tecnologia foi um dos poucos que não gerou consenso em Bonn. É crucial para permitir que países em desenvolvimento acelerem seus planos de adaptação e cumpram suas NDCs”, ressaltou Ana Toni.


















