Cuiabá (MT) — O estado de Mato Grosso manteve a 10ª colocação no Ranking de Competitividade dos Estados 2025, elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP). Apesar do desempenho estável e de avanços em áreas como educação e capital humano, o estado aparece como o último colocado entre os quatro do Centro-Oeste, o que, segundo especialistas, reforça a necessidade de novas estratégias para ampliar a competitividade regional.
De acordo com a economista e diretora-executiva do Movimento Mato Grosso Competitivo (MMTC), Vanessa Gasch, o resultado evidencia que o estado precisa avançar em políticas públicas voltadas à melhoria do ambiente de negócios. “Esta colocação mostra que Mato Grosso tem avanços importantes, mas ainda perde espaço para estados que oferecem melhores condições para as atividades empresariais. Precisamos implementar medidas que tornem o estado mais atrativo para investimentos e geração de empregos”, destacou.
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Diagnóstico e desafios econômicos
Para o MMTC, o desempenho reforça desigualdades enfrentadas por empresas instaladas em Mato Grosso em comparação com regiões do Sul e Sudeste. Segundo o movimento, o cenário pode ser revertido com aumento da eficiência, produtividade e redução dos custos de produção. Como parte desse esforço, foi lançado o estudo “Custo Mato Grosso”, que identificou um custo adicional de R$ 38,5 bilhões por ano para a produção estadual — o equivalente a 14,3% do PIB local.
O levantamento, inspirado no “Custo Brasil”, aponta entraves como a dificuldade para empregar capital humano, baixa inserção nas cadeias globais, carga tributária estadual e deficiências na infraestrutura logística. “Com esse diagnóstico, nosso objetivo é dar transparência aos gargalos e mobilizar o setor produtivo em torno do propósito de tornar Mato Grosso mais competitivo”, explicou Vanessa Gasch.
Avanços em educação e capital humano
O Ranking de Competitividade avalia a gestão pública a partir de indicadores divididos em 10 pilares, entre eles educação, saúde, segurança pública, infraestrutura, inovação, sustentabilidade ambiental, capital humano e solidez fiscal. O relatório de 2025 mostra que Mato Grosso apresentou melhora significativa em alguns setores, especialmente na formação de pessoas e na educação básica.
No pilar capital humano, o estado ocupa agora a 3ª colocação, subindo três posições em relação a 2024. Em educação, avançou oito posições e chegou ao 8º lugar no ranking nacional. Também houve crescimento no potencial de mercado, com alta de seis posições (13º lugar), e na sustentabilidade ambiental, que subiu quatro colocações (14º). No pilar de inovação, Mato Grosso avançou sete posições e alcançou o 19º lugar.
Quedas e desafios a superar
Apesar dos resultados positivos, o levantamento do CLP indica retrocessos em áreas fundamentais. O estado registrou queda de nove posições em segurança pública, ocupando agora o 23º lugar. Na eficiência da máquina pública, perdeu seis posições e ficou em 12º. Já a infraestrutura caiu duas posições, chegando ao 15º lugar. O pilar de sustentabilidade social manteve estabilidade, permanecendo na 9ª colocação.
Para especialistas, os resultados apontam que o estado ainda precisa enfrentar gargalos estruturais e aprimorar políticas que estimulem o investimento privado, melhorem a qualidade de vida e reduzam desigualdades regionais. “É fundamental investir em infraestrutura e gestão pública eficiente para que os avanços conquistados em educação e inovação se reflitam no desenvolvimento econômico e social”, avaliou a diretora do MMTC.
Panorama nacional e perspectivas
O ranking de 2025 mostra que os estados mais competitivos do país continuam sendo São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Distrito Federal. Mato Grosso, apesar de permanecer entre os 10 primeiros, enfrenta o desafio de reduzir o chamado “Custo Mato Grosso” e de fortalecer políticas que atraiam investimentos e estimulem a inovação tecnológica.
O movimento liderado pelo MMTC, em parceria com o setor produtivo, o governo e instituições de pesquisa, busca promover ações que aumentem a eficiência da economia mato-grossense. A expectativa é que os dados apresentados no novo levantamento sirvam de base para a formulação de estratégias de longo prazo que consolidem o estado como referência em competitividade e desenvolvimento sustentável.
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