A Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) enviou uma carta ao presidente da COP30 expressando preocupação com os impactos das mudanças climáticas na saúde pública. O tema será central no 52º Congresso de Alergia e Imunologia, realizado entre 13 e 16 deste mês em Goiânia.
A presidente da Asbai, Fátima Rodrigues Fernandes, destacou que embora doenças alérgicas tenham componente genético, fatores ambientais como aquecimento global e poluição são determinantes para o agravamento dos sintomas. Segundo ela, alterações climáticas podem inflamar mucosas respiratórias e da pele, contribuindo para quadros como asma, rinite, conjuntivite e dermatite atópica.
Fernandes também apontou que eventos extremos e queimadas intensificam a presença de alérgenos, como pólen, fungos e ácaros. Um estudo citado pela associação indica que o aumento de incêndios na Região Norte espalha fumaça para outras áreas do país, elevando a incidência de doenças respiratórias.
Grupos como crianças, idosos, gestantes e populações de baixa renda são os mais afetados, especialmente durante emergências climáticas, quando o acesso ao tratamento contínuo pode ser interrompido. A poluição por microplásticos também foi citada como fator crescente de impacto no sistema imunológico, contribuindo para alergias e intolerâncias alimentares.
A Asbai espera que a COP30 avance na implementação do Tratado Global contra a Poluição Plástica, firmado em 2022, e que o encontro resulte em ações concretas para reduzir os efeitos climáticos sobre a saúde.
O congresso contará com 200 participantes nacionais e internacionais, incluindo entidades como World Allergy Organization e American Academy of Allergy, Asthma & Immunology.


















