Um tornado atingiu cidades do Paraná logo após o encerramento da Cúpula de Líderes da COP30, resultando em seis mortes e centenas de feridos. O episódio reforçou entre especialistas a urgência de medidas concretas para enfrentar os extremos climáticos já em curso.
Carlos Rittl, diretor global de políticas públicas para florestas e mudanças climáticas da Wildlife Conservation Society, destacou que eventos recentes ao redor do mundo pressionam pela adoção de compromissos mais firmes. Segundo ele, furacões e tufões recentes em países como Jamaica, Filipinas e Vietnã evidenciam um cenário de intensificação climática. “Vivemos na era dos extremos, o que exige respostas claras dos negociadores”, afirmou.
Rittl observou que há lentidão na redução das emissões de gases de efeito estufa, referência central do Acordo de Paris, que busca limitar o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Para especialistas, além da mitigação, é necessário ampliar investimentos em adaptação, especialmente para preparar cidades diante de eventos climáticos mais intensos e frequentes.
Everaldo Barreiros, professor de meteorologia da Universidade Federal do Pará, ressaltou que estudos científicos já apontam a necessidade de reforçar a infraestrutura urbana. Segundo ele, o debate na COP30 inclui o financiamento a países mais vulneráveis aos impactos climáticos. “Os impactos são inevitáveis. Preparar as cidades é essencial para reduzir danos e proteger vidas”, afirmou.
Rittl reforçou que os recursos internacionais devem ser acompanhados de investimentos municipais, considerando particularidades regionais. Ele lembrou episódios recentes, como enchentes no Rio Grande do Sul e estiagens severas na Amazônia, como exemplos que mostram a necessidade de ações locais articuladas.
Uma das pautas colocadas na COP30 envolve a proposta de triplicar os recursos destinados às ações de adaptação em países em desenvolvimento, de modo a reduzir vulnerabilidades diante das mudanças climáticas.


















