O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o aumento de investimentos em conflitos armados, como a guerra na Ucrânia, tem interrompido a redução de emissões de gases responsáveis pelo aquecimento global. Segundo ele, a retomada do uso de carvão em alguns países representa um retrocesso nos esforços climáticos.
Para Lula, a priorização de gastos militares em detrimento de ações climáticas ameaça agravar a crise ambiental global. Ele fez a declaração durante a segunda sessão temática da Cúpula do Clima, em Belém, encontro que antecede a COP30, prevista para ocorrer em novembro na mesma cidade.
O evento reúne representantes de diferentes nações para revisar e reforçar compromissos internacionais voltados à mitigação dos impactos climáticos. Entre os presentes, estão o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, e lideranças europeias.
Transição energética e desigualdade
Lula destacou que, apesar de avanços na matriz energética, muitas populações ainda enfrentam dificuldades de acesso à energia. Ele citou que milhões de pessoas dependem de fontes improvisadas para cozinhar ou iluminar suas casas, o que reflete desigualdades na transição energética global.
O presidente também criticou o financiamento internacional para combustíveis fósseis, mencionando que grandes bancos seguem destinando recursos significativos à indústria de petróleo e gás, apesar de acordos internacionais para reduzir sua participação na matriz global.
Novo fundo para energia renovável
Durante o discurso, Lula anunciou a criação de um fundo nacional para direcionar parte dos lucros do setor de óleo e gás ao desenvolvimento de energia renovável. A proposta busca acelerar a transição energética e promover justiça climática, especialmente em países em desenvolvimento.
O presidente reforçou a necessidade de ampliar o acesso a tecnologias e financiamentos para nações do Sul Global, defendendo mecanismos de renegociação de dívidas vinculados a metas ambientais.
Lula concluiu pedindo a implementação dos compromissos firmados na COP28, que determinam triplicar a capacidade de energia renovável e aumentar a eficiência energética até 2030, além de eliminar a pobreza energética.















