O Comitê de Política Monetária do Banco Central realiza nesta quarta-feira a penúltima reunião do ano, em meio à combinação de inflação em leve desaceleração e pressões persistentes em itens como energia. A expectativa majoritária de analistas é de que a Selic permaneça em 15% ao ano, patamar mais alto desde 2006 e mantido desde setembro do ano passado.
A divulgação da decisão está prevista para o início da noite. Na ata da reunião anterior, o colegiado indicou que a taxa básica deve seguir em nível elevado por um período prolongado, diante do cenário externo e dos efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre a formação dos preços globais.
No cenário interno, a inflação medida pelo IPCA-15 acumulou 4,94% em 12 meses até outubro, com recuo contínuo nos preços dos alimentos. Ainda assim, projeções do mercado apontam que o índice deve encerrar 2025 levemente acima do teto da meta contínua, fixada em 3% com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
A Selic serve de referência para as taxas cobradas em empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras. Quando está elevada, desestimula o consumo e favorece a contenção da inflação, mas pode limitar o crescimento econômico. Já reduções na taxa tendem a baratear o crédito e incentivar a atividade econômica.
O Copom se reúne a cada 45 dias. No primeiro dia de encontro, são analisados relatórios econômicos e projeções do mercado. No segundo, a diretoria do Banco Central define a taxa com base no cenário interno e internacional.
Com o novo modelo de meta contínua, em vigor desde janeiro, o Banco Central passa a avaliar a inflação mês a mês, considerando o acumulado em 12 meses, em vez de apenas o índice fechado ao fim do ano. A estimativa oficial do BC para o IPCA de 2025 segue em 4,8%, podendo ser revista conforme o comportamento da economia e do câmbio nas próximas semanas.
















