Governo do Brasil anuncia plano para fundo climático de US$ 1 bilhão

Objetivo é alocar recursos catalíticos para ajudar a alavancar a inovação industrial e apoiar a ambiciosa meta do Brasil de reduzir pela metade suas emissões até 2035

Fonte: AgênciaGov

Governo do Brasil anuncia plano para fundo climático de US$ 1 bilhão - Divulgação
Governo do Brasil anuncia plano para fundo climático de US$ 1 bilhão - Divulgação

O Ministério da Fazenda, em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Fundo Verde para o Clima (GCF), revelou nesta terça-feira, 4 de novembro, durante o COP30 Business and Finance Forum, em São Paulo, planos para um fundo catalítico de investimento em participações histórico, com lançamento previsto para 2026. As equipes do BNDES e do GCF estão trabalhando juntas na construção do fundo, incluindo um tamanho indicativo inicial de mais de US$ 400 milhões. O fundo proposto – o primeiro do tipo dedicado exclusivamente a um país – visa alavancar mais de US$ 1 bilhão de investidores comerciais e instituições financeiras de desenvolvimento, servindo como importante instrumento da Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos e para a Transformação Ecológica (BIP), criada para mobilizar investimentos em larga escala na transição verde brasileira e secretariada pelo BNDES.

“A BIP é um novo instrumento que lançamos como parte do Plano de Transformação Ecológica”, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Ela foi concebida para conectar nossa estratégia de financiamento a uma nova geração de projetos capazes de impulsionar uma economia de baixo carbono e inclusiva. O Fundo de Capital Catalítico que anunciamos hoje, em parceria com o GCF e o BNDES, é um marco desse esforço, o primeiro de seu tipo no engajamento estratégico do Brasil com o GCF. Junto ao BNDES, nosso parceiro central no financiamento da transformação ecológica, estamos construindo os instrumentos e as parcerias necessários para ampliar os investimentos que transformam ambição em implementação”.

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O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante ressaltou que a criação do fundo representa um avanço estratégico na transformação ecológica brasileira. “Ao estruturar mecanismos de capital catalítico com participação do setor privado, o BNDES reafirma seu papel como agente indutor de investimentos em setores-chave da nova economia. A BIP consolida-se como um instrumento de coordenação nacional para mobilização de recursos em escala, com foco em soluções climáticas que promovam desenvolvimento produtivo, inclusão social e sustentabilidade ambiental. Esta iniciativa também posiciona o Brasil como referência internacional na construção de modelos financeiros voltados à transição climática, com potencial de replicação em outras economias emergentes”.

O esforço é apoiado pelos principais parceiros públicos e privados, incluindo Bloomberg Philanthropies e Glasgow Financial Alliance for Net Zero (GFANZ). “Acelerar o progresso contra as mudanças climáticas exigirá uma enorme quantidade de novos investimentos, e o Brasil está provando que a colaboração público-privada pode desbloquear os recursos necessários para estimulá-la”, disse Michael R. Bloomberg, enviado especial do secretário-geral da ONU para Ambição e Soluções Climáticas e fundador da Bloomberg Philanthropies. “Este novo fundo ajudará a dar vida a mais projetos que reduzam as emissões, estimulem o crescimento econômico, melhorem a vida das pessoas no Brasil – e criem um modelo com o qual outros países possam aprender”.

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Ao longo do seu primeiro ano de atuação, a BIP passou da ambição à ação, mobilizando parceiros dos setores público e privado em torno de uma visão comum para a transformação climática do Brasil. Com este novo fundo, o Brasil abriria novos caminhos no financiamento climático liderado pelo país – direcionando investimentos catalíticos para soluções inovadoras em setores prioritários ajudando a cumprir a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil, reduzindo as emissões entre 59% a 67% até 2035.

A estrutura de financiamento planejada, anunciada hoje, espera combinar recursos do GCF – cuja proposta preliminar de financiamento está em avaliação – e do BNDES, mobilizando capital adicional e resultando em um fundo de investimento em participações com total estimado em mais de US$ 1 bilhão. Esse modelo inovador de financiamento misto está sendo estruturado para usar capital concessional para reduzir o risco de investimentos e catalisar uma participação significativa do setor privado – uma abordagem essencial para mercados emergentes e economias em desenvolvimento (EMDEs).

“Como o tipo de financiamento disponibilizado pelo GCF é o mais escasso, dada a sua flexibilidade de compartilhamento de riscos e condições de financiamento, quando usado estrategicamente, ele pode impulsionar a transformação em larga escala”, explicou a diretora executiva do GCF, Mafalda Duarte. “Por meio de nossa parceria com a BIP e da compreensão das maiores barreiras estruturais ao investimento, pudemos identificar e concordar com as maneiras mais significativas de desbloquear a ambição. O Fundo de Capital Catalítico proposto está sendo estruturado para diminuir a discrepância entre o capital comercial disponível e as necessidades dos projetos alinhados à transição climática. Ele terá como base no histórico do GCF em investimentos globais em EMDEs, tanto para fins de mitigação quanto de adaptação”.

A estratégia brasileira de alavancar capital catalítico por meio da BIP oferece um modelo para EMDEs que buscam estabelecer plataformas nacionais eficazes, alinhadas às prioridades nacionais e articuladas com os setores público e privado. O fundo tem o potencial de fornecer um modelo escalável e replicável, combinando capital concessional e privado para preencher lacunas de financiamento e implantar capital público de forma estratégica, por meio de uma plataforma liderada pelo país, demonstrando o poder das parcerias público-privadas na mobilização de investimentos em escala alinhados ao clima.

Por Secretaria de Comunicação da Presidência da República

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