O Tribunal do Júri da comarca de Brasnorte, a 572 km de Cuiabá, Mato Grosso, condenou nesta segunda-feira (03) Ronildo José dos Santos a 19 anos e 3 meses de prisão em regime inicialmente fechado. Ele foi acusado e considerado culpado pelo homicídio qualificado de Altair Batista Ramos, ocorrido em dezembro de 2024, motivado por ciúmes.
Segundo o Ministério Público de Mato Grosso, o crime foi praticado após Ronildo descobrir que sua ex-companheira, com quem manteve um relacionamento de 16 anos, havia iniciado um novo envolvimento amoroso com a vítima. Na data do crime, ele atacou Altair com 13 golpes de faca, resultando na morte imediata do homem.
A acusação foi conduzida pelos promotores Fabison Miranda Cardoso, coordenador do Grupo de Atuação Especial no Tribunal do Júri (GAEJúri), e Eduardo Antônio Ferreira Zaque. O Conselho de Sentença reconheceu as qualificadoras de motivo fútil e meio cruel, conforme o artigo 121, §2º, incisos II e III, do Código Penal.
Durante o julgamento, o depoimento da ex-companheira de Ronildo teve grande peso. Ela relatou que, antes da separação, sofreu agressões do réu, incluindo um corte na cabeça, mas não registrou boletim de ocorrência por medo. Em dezembro de 2023, Ronildo invadiu sua casa armado com uma faca, sendo contido pela Polícia Militar.
No dia do crime, a mulher manteve contato telefônico com Ronildo por cerca de 30 minutos. Horas depois, recebeu mensagens em tom ameaçador, uma delas mencionando: “Já sei quem é seu namoradinho”. Em seguida, Ronildo se dirigiu à residência de Altair e cometeu o homicídio.
“Trata-se de um crime motivado por ciúmes, um sentimento fútil que jamais pode justificar a perda de uma vida. A crueldade com que a vítima foi assassinada demonstra a periculosidade do réu”, afirmou o coordenador do GAEJúri. O promotor Eduardo Antônio Ferreira Zaque destacou que a decisão do Tribunal do Júri reforça a intolerância da sociedade com crimes passionais e fortalece a confiança na Justiça.
A sentença marca o encerramento da fase principal do julgamento, e o cumprimento da pena segue sob acompanhamento da Vara Criminal de Brasnorte. O caso serve como alerta sobre os riscos de violência em contextos de relacionamentos conflituosos e o papel do sistema judicial em garantir proteção às vítimas.
Fonte: Ministério Público de Mato Grosso


















