Polêmica na Câmara: com plenário cheio, vereadores debatem destinação de recursos a associação que atua no esporte

Fonte: CenarioMT

A sessão ordinária da Câmara Municipal de Lucas do Rio Verde realizada nesta segunda-feira (3) foi marcada por um intenso debate envolvendo a Associação Luverdense de Esporte e Lazer (ALEL) e a aplicação de recursos públicos destinados à manutenção das escolinhas esportivas do município. A discussão surgiu após publicações do vereador Hélio Kaminski nas redes sociais, em que ele questionou a legalidade e a existência da entidade, responsável pela execução de projetos esportivos em parceria com a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer.

O secretário de Esporte e Lazer, André Matto, compareceu à sessão e acompanhou atentamente os pronunciamentos dos vereadores sobre o tema. Dezenas de profissionais contratados pela ALEL, além de integrantes da associação também acompanharam os trabalhos. Ao final da sessão, Matto destacou que a ALEL é parceira da Prefeitura desde 2021 e atua de forma regular na contratação de profissionais que desenvolvem as atividades esportivas em Lucas do Rio Verde.

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“A gente fica muito preocupado quando sai na mídia um vídeo dizendo que a associação é fantasma. Esses profissionais existem, trabalham e prestam serviço à comunidade. A ALEL faz a prestação de contas mensalmente ao Ministério Público, e hoje apresentamos essas informações aos vereadores”, afirmou Matto.

Segundo o secretário, a parceria com a associação garante a continuidade das atividades esportivas em 14 modalidades e o atendimento de aproximadamente 9 mil pessoas por semana, entre crianças, jovens e adultos, nas áreas de esporte e lazer. Ele reforçou que não há prejuízo aos programas municipais, que seguem sendo executados normalmente.

Projeto aprovado em 2024

A polêmica teve origem após a tramitação do Projeto de Lei nº 109/2024, aprovado em dezembro do ano passado, que autorizou o termo de fomento no valor de R$ 1,979 milhão entre o Executivo e a ALEL para contratação de professores e manutenção das escolinhas. Em 2025, a Secretaria encaminhou um novo projeto à Câmara reduzindo o valor do repasse para R$ 1,319 milhão, devolvendo R$ 660 mil que não seriam utilizados. O objetivo, segundo a pasta, foi adequar o orçamento à real necessidade do programa.

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O líder do governo na Câmara, vereador Jackson Lopes, explicou que o novo projeto tratava apenas da supressão de valor e que a devolução é um procedimento legal e transparente.

“O vereador Hélio votou contra um projeto que justamente devolvia o valor não utilizado. Isso não foi explicado à população. A associação presta contas mensalmente e os recursos são usados para pagar os professores. Não há desvio nem irregularidade”, afirmou.

Ele também criticou a forma como o tema foi tratado nas redes sociais, classificando a divulgação como “leviana” e ressaltando que todos os documentos comprobatórios estão sendo encaminhados ao Ministério Público para análise.

Lopes destacou ainda que a ALEL é formada por membros da comunidade, pais de alunos e profissionais do esporte, e que eventuais atrasos em atualizações cadastrais, como mudança de diretoria e registro em cartório, não invalidam a atuação da associação.

A associação existe, sim, e faz um trabalho reconhecido. Hoje o plenário estava cheio de representantes e pais que participam das atividades. O esporte em Lucas do Rio Verde tem dado resultados expressivos, e não podemos permitir insinuações que prejudiquem um trabalho sério e de longo prazo”, afirmou o vereador.

O debate encerrou com manifestações de apoio à continuidade dos programas esportivos e ao trabalho das associações parceiras. Os vereadores reforçaram a importância de buscar informações oficiais antes de publicar acusações e defenderam que o esporte deve ser tratado como uma política pública essencial para a formação social e o bem-estar da população luverdense.

O outro lado

Após a sessão, o vereador Hélio Kaminski falou à imprensa sobre o assunto, alegando ter sido alvo de críticas por apontar possíveis irregularidades no projeto. “Eu estou sendo crucificado porque fiz um apontamento de uma situação irregular. Aí eles me criminalizam. É uma mania que, infelizmente, alguma parte da política tem de descredibilizar o denunciante para fazer com que a denúncia perca sua validade”, declarou.

Kaminski afirmou ainda que sua fala foi distorcida. “Em nenhum momento eu disse que vereadores estavam pegando dinheiro de prefeito, em nenhum momento eu disse que a associação é fantasma, mas foi citado por outros pares aqui na tribuna. O que eu disse é que, no endereço do projeto, a associação não existe”, esclareceu.

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Formado em Jornalismo, possui sólida experiência em produção textual. Atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT, onde é responsável por criar conteúdos sobre política, economia e esporte regional. Além disso, foca em temas relacionados ao setor agro, contribuindo com análises e reportagens que abordam a importância e os desafios desse segmento essencial para Mato Grosso. Cargo: Jornalista, DRT: 0001781-MT