Os preços internos do milho continuam em trajetória de alta nas principais regiões produtoras do país. Levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, mostra que o movimento de valorização é sustentado pela menor oferta no mercado físico, reflexo da retração dos vendedores e da paridade de exportação elevada.
Segundo os pesquisadores do Cepea, muitos produtores estão focados nas atividades de campo e no desenvolvimento das lavouras, reduzindo o volume de negociações no mercado spot. Além disso, a maior presença de compradores observada na última semana reforçou a estratégia de retenção dos lotes disponíveis, com parte dos vendedores optando por esperar novas altas nas cotações antes de retomar as vendas.
De modo geral, produtores têm ofertado novos volumes apenas quando há necessidade imediata de capital ou para liberar espaço nos armazéns. Esse comportamento vem limitando a liquidez no mercado interno e contribuindo para a firmeza dos preços.
O Cepea destaca, no entanto, que as altas não foram ainda mais intensas porque parte dos consumidores industriais — especialmente do setor de ração animal — segue utilizando estoques próprios em vez de realizar novas aquisições. Essa postura ameniza a pressão sobre a demanda e ajuda a equilibrar momentaneamente o mercado.
Com a aproximação do fim do ano e o avanço das exportações, analistas avaliam que o comportamento dos preços seguirá atrelado ao ritmo de embarques e à demanda internacional, fatores que devem determinar o fôlego das cotações no início de 2026.















