Entre 2019 e 2025, o salário médio dos profissionais de animação caiu 12,1%, passando de R$ 7.980 para R$ 7.010. A maior parte atua como freelancers, sem vínculo empregatício ou direitos trabalhistas, frequentemente em pequenas empresas. Os dados constam do 2º Mapeamento da Animação no Brasil, realizado pelo Instituto Iniciativa Cultural, que também aponta a necessidade de investimentos federais diretos e indiretos no setor.
A pesquisa revela ainda que poucos profissionais trabalharam para clientes internacionais, e uma parcela menor internacionaliza seus conteúdos. O levantamento foi financiado pelo Ministério da Cultura, via Lei Paulo Gustavo e Spcine, empresa de cinema e audiovisual de São Paulo.
O estudo ouviu 466 participantes, incluindo produtoras, estúdios, prestadores individuais e realizadores audiovisuais, para mapear perspectivas, barreiras à circulação de obras e estrutura do segmento. A análise levou um ano e dois meses e atualizou informações da versão inicial de 2019.
Profissionais experientes
O segmento é dominado por profissionais com mais de 10 anos de experiência. O domínio de técnicas de inteligência artificial (IA) é considerado bom, e houve crescimento no uso de animação vetorial, cut-out/digital 2D e animação 2D tradicional. Por outro lado, recursos como motion graphics e técnicas mistas vêm sendo menos utilizados, enquanto o stop motion teve sua utilização reduzida de 32% para 16%.
Segundo Alessandra Meleiro, coordenadora da pesquisa, apenas 2% dos freelancers trabalham exclusivamente para empresas estrangeiras, e 53% atendem tanto clientes nacionais quanto internacionais, com predomínio para o mercado brasileiro (69%). Estados Unidos, Argentina, França, Índia e Peru estão entre os países que prestam serviços para o Brasil, representando 10% do total.
Oportunidades
A pesquisa também aponta cargos com maior escassez de profissionais especializados: animador e rigger, diretor de animação e produtor executivo. Meleiro destaca que o Brasil possui potencial inexplorado, especialmente em regiões fora dos grandes centros, e alerta para a importância da participação em eventos do setor para ampliar oportunidades de negócios, coprodução e networking.



















