Movimentos sociais do Maranhão realizam nesta quinta-feira (31) um protesto contra a violência policial em todo o país. O ato integra a mobilização nacional que denuncia ações policiais consideradas abusivas, especialmente após a Operação Contenção, realizada na última terça-feira (28) nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortes, incluindo quatro policiais. Em São Luís, a concentração ocorre a partir das 16h, na Praça Deodoro.
O encontro foi convocado pela Frente Negra Revolucionária, Movimento Correnteza Maranhão e União Popular Maranhão, que destacam indícios de execuções entre as vítimas da operação.
“Pelo menos 74 corpos foram retirados pelos próprios moradores das ruas e áreas de mata. Além dessas vítimas, dezenas de pessoas ficaram feridas, incluindo um mototaxista, uma mulher em uma academia e uma pessoa em situação de rua. Isso representa a continuidade de uma política de extermínio contra as populações periféricas”, afirma a convocatória.
Os movimentos criticaram o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, que classificou a operação como um sucesso, apesar das críticas de diversas organizações de direitos humanos, como a Anistia Internacional, que considerou a ação “desastrosa”.
No dia seguinte à operação, moradores dos Complexos do Alemão e da Penha protestaram em frente ao Palácio Guanabara, acusando o governo fluminense de liderar uma “carnificina”.
A Operação Contenção cumpriu apenas 20 dos 100 mandados de prisão previstos. Pelo menos 15 dos alvos foram mortos durante a ação. O principal procurado, Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca, apontado como chefe do Comando Vermelho, permanece foragido.
Ao todo, 113 pessoas foram presas. Segundo o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, parte das prisões ocorreu em flagrante, e todas foram mantidas após audiência de custódia.
O Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro já identificou 100 das 121 vítimas. Os corpos passaram por necropsia, mas os laudos devem ser divulgados em até 15 dias úteis. Dos 117 civis mortos, 89 já foram liberados para as famílias, que relatam demora na liberação e falta de informações durante o processo.


















