A Mata Atlântica perdeu 2,4 milhões de hectares de floresta nas últimas quatro décadas, o que representa uma redução de 8,1% da área original registrada no início da série histórica.
De acordo com levantamento do MapBiomas, divulgado nesta segunda-feira (28), apenas 31% da vegetação natural da Mata Atlântica permanece preservada. Metade do desmatamento recente ainda ocorre em áreas com mais de 40 anos, consideradas florestas maduras.
Segundo Natalia Crusco, integrante da equipe do MapBiomas, a supressão da vegetação natural começou com a colonização e se intensificou ao longo dos séculos. “Em 1985, o bioma possuía apenas 27% da área florestal original. Após a promulgação da Lei da Mata Atlântica, foi possível observar um leve aumento na área recuperada”, afirmou.
Importância da conservação
O estudo destaca o papel das políticas de conservação e recuperação da vegetação nativa. Entre 1985 e 2024, o bioma perdeu 2,4 milhões de hectares, apesar de uma leve desaceleração no ritmo de desmatamento.
Nos últimos cinco anos, a média anual de perda foi de 190 mil hectares, e cerca de metade desse desmatamento ocorreu em florestas maduras — responsáveis por grande parte da biodiversidade e do estoque de carbono do bioma.
Avanço agrícola e urbano
A agricultura continua sendo o principal motor da transformação da paisagem. Desde 1985, a área agrícola dentro da Mata Atlântica quase dobrou, representando hoje cerca de 33% da produção nacional. Cultivos de soja (343%), cana-de-açúcar (256%) e café (105%) foram os que mais expandiram, enquanto as pastagens perderam 8,5 milhões de hectares.
A silvicultura também cresceu significativamente, com a área destinada ao cultivo comercial de árvores aumentando cinco vezes em 40 anos e correspondendo a mais da metade dessa atividade no país.
O avanço urbano seguiu o mesmo ritmo: desde 1985, as áreas urbanizadas na Mata Atlântica dobraram, e 77% dos municípios ampliaram seu perímetro urbano. Apesar disso, mais de 80% das cidades têm áreas urbanizadas pequenas, com menos de mil hectares. Apenas São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba superam 30 mil hectares de área urbanizada.
 
     
     
     
     
     
							













 



