Na última atualização do painel divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), consta que são sete os casos notificados de intoxicação por Metanol em Mato Grosso, dos quais três permanecem internados com suspeita da substância após consumo de bebida alcoólica adulterada. Além disso, uma morte está sendo investigada.
O fato principal envolve um jovem empresário de 27 anos, morador de Água Boa, que relatou perda de visão após ingerir uísque comprado localmente. Internado no dia 16 de outubro, ele ainda aguarda confirmação laboratorial de intoxicação por metanol, embora seu quadro clínico — visão turva, confusão mental e outros sintomas — seja compatível com intoxicação exógena.
Na região metropolitana de Várzea Grande, um dos internados, de 30 anos, encontra-se no Pronto Socorro Municipal, enquanto outro paciente de 40 anos morreu na noite de sexta-feira, dia 24. Ele chegou ao hospital com confusão mental e ferimento na cabeça, após ingestão de bebida alcoólica de origem desconhecida, e evoluiu para falência renal aguda, dificuldade respiratória e sangramento nasal. Apesar das medidas de suporte, não resistiu.
Investigação, origem e contexto legal
A análise laboratorial está a cargo da Politec MT, que desde maio de 2025 passou a adotar protocolo especial para suspeitas de intoxicação por metanol — após capacitação na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
As evidências apontam que bebidas adulteradas estão envolvidas — em um dos levantamentos, lotes de uísque da marca Ballantine’s – Finest foram identificados como sob suspeita de contaminação. Legalmente, a adição de metanol a bebidas alcoólicas integra crime contra a saúde pública, cabendo enquadramento no artigo 7º da Lei 6.437/1977 (infração sanitária) e ainda previsão em delitos de perigo comum e falsificação de produto destinado ao consumo. Esta informação não constava no relato original.
Vale ressaltar que a intoxicação por metanol pode provocar lesões irreversíveis: o caso confirmado no estado apresentou lesão do nervo óptico com cegueira permanente, sendo uma das complicações mais graves.
Por que deve preocupar
Em termos práticos, este tipo de evento é considerado um “evento de saúde pública de importância nacional” e obrigado a notificação imediata. No contexto regional, a circulação de bebidas de procedência duvidosa — sem rótulo, sem lacre, ou com preço muito baixo — eleva o risco. A Vigilância Sanitária de Várzea Grande alerta que essas características são indícios de adulteração.
Para o cidadão comum, a recomendação é clara: confirme procedência da bebida, observe lote, validade, lacre e fornecedor, e em caso de sintomas (visão turva, vômitos, dor de cabeça intensa) busque atendimento imediatamente.
Se você presenciou ou consumiu bebida em situação suspeita, entre em contato com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) ou a Vigilância Sanitária municipal. As autoridades envolvidas conseguirão rastrear a origem e evitar que mais pessoas sejam atingidas.


















