Os pacientes de Lucas do Rio Verde que dependem de tratamento de hemodiálise estão percorrendo um trajeto mais curto até o local das sessões. O atendimento, antes realizado em Sinop, foi transferido para o município de Sorriso, reduzindo a distância percorrida de cerca de 140 para 70 quilômetros. A mudança representa um avanço temporário na busca por uma central de hemodiálise própria em Lucas do Rio Verde, pauta que segue entre as prioridades do poder público municipal.
O vereador Márcio Albieri, que acompanha de perto as tratativas sobre o tema, explicou que a alteração traz alívio imediato para os pacientes, mas reforçou que o objetivo principal é implantar a estrutura no município. “Vamos encurtar a estrada e amenizar o sofrimento dos pacientes, mas ainda não é o ideal. Nosso foco continua sendo a instalação da central de hemodiálise aqui em Lucas do Rio Verde. Não vamos deixar essa pauta de lado”, afirmou.
Segundo o parlamentar, o grupo de trabalho local segue articulando com deputados e senadores para garantir os recursos necessários. Parte do orçamento já foi conquistada por meio de emendas, mas ainda é insuficiente para viabilizar o projeto. Albieri destacou que há um compromisso com o prefeito para que os valores obtidos sejam reservados à futura implantação do serviço.
A ideia é que a central funcione no Hospital São Lucas ou em um prédio anexo, ampliando a capacidade de atendimento e beneficiando também municípios vizinhos, como Tapurah, Santa Rita do Trivelato e Nova Mutum. “Seria um serviço regional, o que tornaria a estrutura sustentável, porque é um investimento caro e que precisa atender não só os pacientes de Lucas, mas também de outras cidades da região”, explicou.
Albieri reconhece que o principal obstáculo para a instalação da central é financeiro, seguido pela escassez de profissionais especializados. Atualmente, o município conta com apenas um nefrologista, responsável pelos atendimentos na UTI do Hospital São Lucas. “Precisamos de pelo menos dois profissionais para manter o serviço. Mas, tendo a estrutura pronta, conseguimos atrair mais médicos. Os demais profissionais podem ser formados aqui, com treinamento específico”, detalhou.
O vereador também ressaltou a dimensão humana da causa, lembrando o sofrimento enfrentado por pacientes que precisam se deslocar constantemente para realizar o procedimento. “Há pessoas amputadas, com câncer e outros problemas graves, que precisam viajar um dia sim, outro não, para sobreviver. Nosso papel é amenizar esse sofrimento e garantir mais dignidade a essas pessoas”, concluiu Albieri.