Mato Grosso busca protagonismo na COP 30 com sustentabilidade e o “homem pantaneiro” no centro do debate

O programa Fazenda Pantaneira Sustentável, uma parceria entre Famato e Embrapa, foi citado por Marcos Carvalho (Famato) como um modelo de crescimento sustentável.

Fonte: CENÁRIOMT

pantanal cheia cavaleiros
Mato Grosso busca protagonismo na COP 30 com sustentabilidade e o "homem pantaneiro" no centro do debate

Mato Grosso está se posicionando para se tornar um exemplo internacional de desenvolvimento sustentável, mesmo diante da perspectiva de redução hídrica no Pantanal. Este foi o foco da audiência pública conjunta realizada nesta segunda-feira (20) entre a Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado e a comissão correlata da Assembleia Legislativa de Mato Grosso.

As propostas discutidas serão levadas à COP 30 (Conferência da ONU sobre Mudança do Clima), em Belém, em novembro. Segundo o senador Wellington Fagundes (PL-MT), que presidiu o debate, o estado apresentará a países propostas de financiamento climático, uso do solo e infraestrutura de baixo impacto de carbono, baseadas na sua experiência regional.

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O senador Wellington Fagundes enfatizou a importância do conhecimento local nas políticas públicas. Ele destacou que o Estatuto do Pantanal, sancionado em setembro, cria regras apropriadas para a agropecuária responsável, valorizando a tradição.

“É fundamental conhecer a vivência do homem pantaneiro na sua tradição, que sabe o momento [adequado de fazer o manejo de fogo] muito mais do que, às vezes, quem está lá em Brasília e que nunca pisou o pé aqui dentro do Pantanal,” disse o senador.

Queimadas controladas e sucesso no combate ao fogo

O comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Flávio Vieira Bezerra, celebrou o recorde na redução de incêndios florestais em 2025, apesar da pouca chuva. Ele atribuiu o mérito à atuação integrada entre as entidades e produtores rurais.

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“A gente bateu o recorde na série histórica de 27 anos em redução no número de incêndios, justamente nos três meses onde há o maior período de registros de incêndios florestais. O maior parceiro do Corpo de Bombeiros é o pantaneiro.”

O programa Fazenda Pantaneira Sustentável, uma parceria entre Famato e Embrapa, foi citado por Marcos Carvalho (Famato) como um modelo de crescimento sustentável. O projeto instrui produtores a preservar o ambiente enquanto aumenta a eficiência da pecuária, como a elevação da taxa de prenhez de 41% para 70,92% no projeto-piloto (2019-2023).

O risco hídrico e a meta de neutralidade de carbono

O cenário de longo prazo para o Pantanal, que ocupa cerca de 7% de Mato Grosso, não é promissor em termos de recursos hídricos. Leandro Denis Battirola, diretor do Instituto Nacional de Pesquisa do Pantanal, afirmou que a projeção para 2050 é de menos chuva, o que deve prejudicar a atividade econômica e o ecoturismo.

“Alguns pontos [de perda de água] são irreversíveis. O Pantanal sem água deixa de ser Pantanal.”

O debate também abordou a necessidade de financiamento climático internacional, com o promotor de Justiça Marcelo Caetano Vacchiano argumentando que países ricos devem “pagar a conta” pelos serviços ambientais prestados pela floresta, que beneficia o mundo inteiro.

Neste contexto, o diretor-executivo do Instituto PCI, Richard Smith, destacou que Mato Grosso busca a ambiciosa meta de neutralidade de carbono até 2035, alinhando-se às expectativas da COP 30, que é considerada a “COP da implementação”.

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Graduada na Faculdade La Salle na cidade de Lucas do Rio Verde - MT, estagiou na Secretaria de Educação do município na área de ensino. Atualmente, exerce a função de repórter e redatora no portal CenárioMT, editoria Mundo, Mato Grosso e Cidadania.