O Encontro de Escritores e Artistas Indígenas chega aos 20 anos em 2025, celebrando duas décadas de resistência cultural no Rio de Janeiro. A programação, que ocorre entre esta quarta (15) e sexta-feira (17), reúne mais de 30 escritores, artistas plásticos, músicos e representantes de diferentes etnias em atividades gratuitas.
O evento, idealizado pelo escritor e educador Daniel Munduruku, é considerado a maior edição já realizada. Entre as atividades, estão rodas de conversa, oficinas de pintura, poesia, programação infantil e apresentações musicais. Para Munduruku, o encontro representa a persistência da memória e da literatura indígena no país, que hoje conta com cerca de 150 autores e mais de 400 obras publicadas.
“A literatura indígena está mais viva do que nunca”, afirmou o escritor, destacando a influência das produções literárias nas políticas públicas. Ele citou a adoção de livros de autores indígenas por governos e o lançamento de editais que valorizam a produção literária originária.
A diretora do Museu Nacional dos Povos Indígenas, Juliana Tupinambá, ressaltou a importância do evento como ato de reparação histórica e valorização da memória dos povos originários. Ela defendeu que a demarcação também deve ocorrer nas artes, na academia e na política, ampliando o protagonismo indígena em diferentes áreas.
As atividades seguem até sexta-feira no Museu de Arte do Rio (MAR), na Praça Mauá. O encerramento será no sábado (18), na Fundação Casa de Rui Barbosa, em Botafogo, com oficinas, contação de histórias, apresentações musicais e feira de artesanato e livros.
A professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), Claudete Daflon, destacou que o evento é protagonizado por artistas indígenas e busca dar visibilidade a produções que enfrentam desafios geográficos e estruturais. Segundo ela, garantir espaço para essas vozes é essencial para fortalecer a diversidade cultural brasileira.
Entre os participantes estão nomes como Gustavo Caboco, Fernanda Kaingang, Ademário Payayá, Jaime Diakara, Eva Potiguara, Moara Tupinambá, Uziel Guayné e lideranças como Marcos Terena, Catarina Tupi Guarani e Darlene Taukane.
Realizado pela Secretaria de Formação Artística e Cultural, Livro e Leitura (Sefli) do Ministério da Cultura, o encontro conta com apoio da Fundação Casa de Rui Barbosa, do Museu Nacional dos Povos Indígenas e do Ministério dos Povos Indígenas. O evento reafirma a força e a vitalidade da arte e da literatura indígena no cenário nacional.