O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou que Brasil e Estados Unidos realizarão, nesta quinta-feira (16), uma reunião para tratar das tarifas adicionais impostas a produtos brasileiros exportados para o mercado norte-americano.
Será o primeiro encontro formal entre as autoridades após a conversa entre Lula e o presidente Donald Trump, ocorrida no início de outubro. De acordo com Lula, o diálogo busca reverter o tarifaço que impacta diretamente setores da economia brasileira.
Durante um evento no Rio de Janeiro, o presidente ironizou as declarações de Trump sobre a boa “química” entre ambos, afirmando que “não pintou química, pintou uma indústria petroquímica”.
O secretário de Estado norte-americano Marco Rubio foi designado por Trump para conduzir as negociações e convidou o chanceler brasileiro Mauro Vieira a liderar a delegação do país em Washington. Vieira chegou à capital norte-americana na terça-feira (14) para cumprir a agenda diplomática.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil apresentará argumentos econômicos sólidos para demonstrar que o tarifaço prejudica não apenas os exportadores brasileiros, mas também os consumidores dos Estados Unidos, ao encarecer produtos importados. Haddad destacou ainda que os EUA mantêm superávit comercial com o Brasil e possuem amplas oportunidades de investimento em áreas como energia limpa e minerais críticos.
A política tarifária, reforçada por Trump, busca aumentar a competitividade da economia norte-americana diante da China. Desde abril, os EUA impõem barreiras alfandegárias baseadas no saldo comercial com cada país. Embora o Brasil tenha recebido inicialmente a taxa mais baixa, de 10%, a tarifa adicional de 40% entrou em vigor em agosto, atingindo produtos como café, frutas e carnes.
Itens como suco de laranja, minérios e aeronaves foram excluídos da primeira lista, e alguns produtos, como celulose e ferro-níquel, foram posteriormente liberados das tarifas extras.