Eletrobras vende participação da Eletronuclear para Grupo J&F e mantém controle governamental

A Eletrobras anunciou a venda de sua participação na Eletronuclear para a Âmbar Energia, mantendo o governo como controlador das usinas nucleares de Angra.

Fonte: CenárioMT

Eletrobras vende participação da Eletronuclear para Grupo J&F e mantém controle governamental
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A Eletrobras anunciou nesta quarta-feira (15) a venda integral de sua participação na Eletronuclear para a Âmbar Energia, empresa do Grupo J&F, controlado pelos irmãos Joesley e Wesley Batista.

Segundo comunicado aos investidores, a Âmbar pagará R$ 535 milhões pela participação societária e assumirá as garantias da Eletrobras, bem como a integralização das debêntures com a União, totalizando R$ 2,4 bilhões. A empresa passará a deter 68% do capital total e 35,3% do capital votante da Eletronuclear, com a transação sujeita à aprovação dos órgãos reguladores.

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Usinas nucleares

Controlada pelo governo por meio da ENBPar, a Eletronuclear administra o Complexo Nuclear de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. O governo mantém 64,7% do capital votante e 32% do capital total.

As usinas Angra 1 e Angra 2 possuem potência instalada de 640 MW e 1.350 MW, respectivamente, e o projeto de Angra 3 está em desenvolvimento, com 1.405 MW. A produção combinada pode abastecer mais de 10 milhões de pessoas. A construção de Angra 3 está interrompida há quatro décadas, e o governo ainda avalia sua conclusão.

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Comprador

A Âmbar Energia é uma unidade do Grupo J&F, que também controla a JBS, o PicPay e a Eldorado Brasil. A empresa atua na geração e comercialização de energia, com 39 usinas que incluem fontes solar, hidrelétrica, biodiesel, biomassa, biogás e gás natural.

Segundo o presidente Marcelo Zanatta, a energia nuclear oferece estabilidade, previsibilidade e baixas emissões de gases de efeito estufa, fatores essenciais diante da crescente demanda por eletricidade e do processo de descarbonização. A Eletronuclear registrou receita líquida de R$ 4,7 bilhões e lucro líquido de R$ 545 milhões em 2024.

“Com esta aquisição, consolidamos um portfólio diversificado no setor elétrico, garantindo segurança energética, sustentabilidade e competitividade”, afirmou Zanatta.

Eletrobras

A Eletrobras, maior geradora de energia do Brasil, com 22% da capacidade instalada, foi privatizada em 2022. Desde 2023, negociava a venda da participação na Eletronuclear com assessoria do banco BTG Pactual. O investimento total na operadora do complexo nuclear soma R$ 7,8 bilhões, conforme balanço do segundo trimestre de 2025.

Em comunicado, a Eletrobras destacou que a transação reforça o compromisso com acionistas e mercado, otimizando o portfólio e simplificando a estrutura da empresa conforme seu Plano Estratégico.

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Graduado em Jornalismo pelo Unasp (Centro Universitário Adventista de São Paulo): Base sólida em teoria e prática jornalística, com foco em ética, rigor e apuração aprofundada.