O Banco Central (BC) aprovou nesta segunda-feira (13) um aumento de capital de R$ 840 milhões em instituições controladas pelo Banco Master, um mês após rejeitar a proposta de aquisição do grupo pelo Banco de Brasília (BRB). A medida integra uma revisão mais ampla das normas do setor financeiro.
O Banco Master Múltiplo receberá R$ 420 milhões, enquanto a Will Financeira (Will Bank) terá R$ 419 milhões injetados. Com os aportes, o capital social do Master sobe para R$ 1,586 bilhão e o da Will Financeira chega a R$ 789 milhões.
A decisão do BC ocorre depois que, no início de setembro, o BRB teve a compra de 49% das ações ordinárias e 100% das preferenciais do Master rejeitada. A operação, avaliada em R$ 2 bilhões, enfrentou contestação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) por irregularidades processuais.
Controvérsia
O Banco Master vinha sendo alvo de desconfiança do mercado devido à sua política de captação agressiva, oferecendo rendimentos elevados, inclusive de até 140% do CDI, lastreados em ativos de risco, como precatórios. O modelo levou a investigações do MPDFT e do Ministério Público Federal (MPF) e ao endurecimento de regras pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Em agosto, o CMN estabeleceu limites de alavancagem e aumentou contribuições ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para bancos com perfil de maior risco, medidas que entrarão em vigor em junho de 2026, visando reduzir o chamado “risco moral”.
Reforço no patrimônio
O grupo Master manteve os planos de reforço patrimonial, somando R$ 2,84 bilhões injetados em 2025, incluindo os dois aumentos anteriores de R$ 1 bilhão cada. A aprovação do BC busca estabilizar as finanças do conglomerado e garantir sua liquidez frente à pressão regulatória.
Apesar das restrições à aquisição pelo BRB, a decisão do Banco Central indica que o Banco Master pode continuar operando, desde que siga regras prudenciais mais rigorosas e mantenha capital próprio adequado.