O corpo de Ana Júlia de Souza Costa, 22 anos, foi encontrado na madrugada deste domingo (12) em frente à rodoviária de Barra do Bugres, no oeste de Mato Grosso. A jovem apresentava marcas de disparos de arma de fogo, segundo informações iniciais da Polícia Militar.
Moradores que passavam pelo local acionaram a PM após ouvirem tiros por volta das 2h. Quando a viatura chegou, Ana Júlia já estava caída próximo à calçada do terminal, sem sinais vitais. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) confirmou o óbito ainda na cena, que foi isolada para os trabalhos da Polícia Civil e da Politec.
O crime ocorre em um ponto de grande movimentação, especialmente nos fins de semana, o que reforça a preocupação das forças de segurança com a vulnerabilidade da área. Dados da Secretaria de Segurança Pública apontam que, em 2024, Barra do Bugres registrou aumento de 17% nos casos de homicídio em relação ao ano anterior — tendência que se repete em boa parte do interior mato-grossense.
Investigações e contexto regional
De acordo com informações da Polícia Militar, a equipe realizava rondas de rotina nas imediações quando avistou o corpo da vítima. Foram realizadas buscas em bairros próximos e em vias de saída da cidade, mas nenhum suspeito foi encontrado até o momento. As circunstâncias do crime e a motivação ainda estão sob apuração.
Investigadores da Delegacia de Homicídios trabalham com a hipótese de execução, já que a vítima teria sido alvejada a curta distância. O delegado responsável informou que imagens de câmeras de monitoramento da rodoviária e de estabelecimentos próximos serão analisadas para tentar identificar os autores.
Histórico e impacto social
Casos como o de Ana Júlia evidenciam um cenário de crescente violência juvenil em cidades médias de Mato Grosso. Em municípios com menos de 40 mil habitantes, segundo levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 1 em cada 5 homicídios registrados em 2024 teve como vítima uma mulher com menos de 25 anos — índice 35% superior à média nacional. Especialistas associam esse aumento à expansão de facções e disputas territoriais ligadas ao tráfico.
Enquanto as investigações avançam, a comunidade local aguarda respostas. O clima é de apreensão entre moradores e comerciantes do entorno da rodoviária, onde a movimentação noturna vem diminuindo após o crime. “A gente vive com medo, porque parece que ninguém está seguro nem nos lugares mais movimentados”, relatou um morador que preferiu não se identificar.
O corpo de Ana Júlia foi encaminhado para exame de necropsia. A Polícia Civil segue colhendo depoimentos e pede que qualquer informação sobre o caso seja repassada anonimamente pelo Disque-Denúncia 197. As informações foram confirmadas pela assessoria da Polícia Civil de Barra do Bugres.