Pontes e Lacerda (MT) — A Polícia Federal deflagrou a Operação Rastro de Lenha para combater a invasão de terras públicas da União e o desmatamento ilegal no município de Pontes e Lacerda, a 444 km de Cuiabá, conforme nota oficial divulgada pela PF nesta quinta-feira (10). A ação teve apoio da Polícia Penal do Centro de Detenção Provisória (CDP) local.
Investigação aponta avanço sobre área do INCRA
De acordo com a Delegacia da Polícia Federal em Cáceres, as investigações identificaram o avanço do desmatamento dentro da Reserva Legal do Projeto de Assentamento Barra do Marco, área sob responsabilidade do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). A reserva, criada para fins de uso sustentável, vinha sendo alvo de ocupações irregulares e corte de madeira para comercialização.
Durante a operação, os agentes flagraram invasores realizando o corte de árvores para produção de lenha. No local, foram apreendidas motosserras e registradas imagens que comprovam a atividade ilegal. Os suspeitos foram identificados, qualificados e conduzidos para prestar depoimento. Segundo a PF, o material apreendido e as declarações coletadas servirão de base para o inquérito policial que busca responsabilizar os envolvidos por crimes ambientais e invasão de terras públicas.
Contexto ambiental e impacto regional
Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e do Ibama indicam que o Mato Grosso é um dos estados com maior incidência de desmatamento na Amazônia Legal, respondendo por cerca de 22% da devastação registrada em 2024. O município de Pontes e Lacerda figura entre os pontos críticos de pressão ambiental devido à expansão de áreas agropecuárias e madeireiras.
As ações da PF se inserem no contexto de operações integradas de combate a crimes ambientais e grilagem de terras federais, em linha com o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm).
Próximos passos e penalidades
Os investigados poderão responder por crime ambiental previsto na Lei nº 9.605/1998, que prevê pena de até quatro anos de prisão e multa para quem destrói ou degrada florestas públicas sem autorização. As diligências seguem em andamento para identificar eventuais financiadores e receptadores da madeira extraída ilegalmente.
Esta reportagem foi elaborada com base em informações oficiais da Polícia Federal e documentos do INCRA.
Denúncias de crimes ambientais podem ser feitas de forma anônima pelo Ibama ou pelo telefone 0800-61-8080.