Os ativistas brasileiros da Flotilha da Liberdade, que levava ajuda humanitária à Faixa de Gaza, relataram ter sido submetidos a tortura e condições degradantes após prisão pelas forças israelenses.
Ao chegar ao Brasil, a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) contou que o grupo foi forçado a permanecer de quatro, com a cabeça no chão, por mais de uma hora. “Isso é tortura”, afirmou.
Lins acrescentou que a experiência reforça a gravidade da situação enfrentada diariamente pelos palestinos em detenção.
O grupo de 13 brasileiros desembarcou nesta quinta-feira no Aeroporto Internacional de Guarulhos, após sete dias de prisão em Israel, deportação para a Jordânia e escala em Doha, no Catar.
O ativista Thiago de Ávila detalhou que os participantes foram privados de medicamentos, submetidos a interrogatórios coercitivos, tentativas de humilhação, negação de água e comida, além de privação de sono.
Ávila ressaltou que, apesar das condições extremas enfrentadas, a ação da Flotilha permitiu que pescadores palestinos em Gaza pescassem enquanto Israel mobilizava forças para capturar os ativistas em águas internacionais.
“No dia da interceptação, o povo palestino pôde pescar, o que nos trouxe alívio após sair da prisão”, disse Ávila.
O ativista também celebrou o acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas, destacando que a mobilização popular global contribuiu para a suspensão dos ataques aéreos sobre Gaza.
Gabrielle Tolotti, presidenta do PSOL-RS e participante da Flotilha, comentou sobre o impacto positivo do acordo de paz para a população palestina, enfatizando o alívio proporcionado a milhares de pessoas que puderam dormir sem medo de ataques.
“Esse cessar-fogo é uma vitória para o povo palestino e uma conquista importante para aqueles que perderam familiares e jornalistas na região”, afirmou Tolotti.