O empresário João Augusto Ricci Volpato, investigado na Operação Sepulcro Caiado, entrou com pedido na Justiça para restabelecer contato com sua mãe, a historiadora Luiza Rios Ricci Volpato, também alvo das investigações. Ambos respondem a processo que apura um suposto esquema de fraudes no Mato Grosso, que teria causado prejuízo de aproximadamente R$ 21 milhões aos cofres públicos, conforme divulgado pela Polícia Civil de MT em 30 de julho de 2025.
Contexto do caso
Segundo a Polícia Civil, o grupo formado por empresários, advogados e servidores do Judiciário é acusado de simular a quitação de dívidas por meio de depósitos judiciais falsificados. As investigações apontam que os valores eram inflados e respaldados por comprovantes adulterados, resultando em enriquecimento ilícito. Entre as medidas cautelares já impostas aos réus estão:
- Proibição de contato entre investigados;
- Entrega de passaporte e restrição de saída do país;
- Uso de tornozeleira eletrônica;
- Bloqueio de bens e imóveis, além de quebras de sigilos fiscal e bancário.
No caso de João Augusto, ele argumenta que a restrição de contato com sua mãe viola o direito constitucional à convivência familiar, previsto na Constituição Federal (1988) e na Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210/1984). O pedido ainda aguarda decisão judicial.
Legislação aplicável
A Operação Sepulcro Caiado investiga crimes como:
- Organização criminosa (Lei nº 12.850/2013);
- Estelionato (Art. 171 do Código Penal);
- Falsificação de documentos e uso de documento falso (Art. 297 e 304 do CP);
- Peculato e lavagem de capitais (Lei nº 9.613/1998).
Luiza Volpato, de 75 anos, é professora aposentada da UFMT e doutora em História Social pela USP. Durante a deflagração da operação, segundo a Polícia Civil, ela teria resistido ao cumprimento do mandado, obrigando os agentes a arrombar a porta de seu apartamento em Cuiabá.
A operação resultou na expedição de 11 mandados de prisão preventiva, 22 de busca e apreensão, 16 bloqueios judiciais, além do sequestro de 18 veículos e 48 imóveis. Estima-se que o prejuízo supere R$ 21 milhões.
Reportagem baseada em informações da Polícia Civil de MT, autos judiciais e legislação vigente.
Denúncias de crimes financeiros podem ser feitas de forma anônima pelo telefone 197 (Polícia Civil) ou pelo canal oficial do Ministério Público Estadual.