O Prêmio Finep de Inovação 2025 celebrou nesta quarta-feira (8) iniciativas que unem ciência, tecnologia e impacto social em diversas regiões do Brasil. Entre os destaques está o pesquisador Tiago Calves Nunes, da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), que desenvolveu um pesticida sustentável à base de fungos e venceu na categoria Deep Tech. Filho de pescador, Nunes emocionou o público ao relatar sua trajetória de superação e o desejo de transformar a agricultura no Pantanal.
A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) é uma empresa pública voltada à promoção da inovação tecnológica e apresentou os trabalhos de 18 finalistas distribuídos em sete categorias. O prêmio não inclui incentivos financeiros, mas entrega troféus e certificados a iniciativas com alto potencial de impacto.
Inovação e inclusão
Segundo o presidente da Finep, Luiz Antônio Elias, o retorno do prêmio após dez anos reforça o compromisso da instituição com a valorização da diversidade regional e o fortalecimento da ciência em todo o país. Ele destacou que, entre 2023 e 2025, foram contratados cerca de R$ 2,3 bilhões em 319 projetos apenas na Região Centro-Oeste, sendo R$ 1,1 bilhão em 2025.
“Queremos dar visibilidade às soluções que nascem em cada território e que, somadas, constroem o Brasil do conhecimento”, afirmou Elias. Ele ressaltou a importância de temas como nanotecnologia, sustentabilidade agrícola, biotecnologia de baixo carbono e saneamento ambiental.
Ciência e desenvolvimento
O presidente do CNPq, Ricardo Galvão, também participou da cerimônia e destacou o desafio de ampliar investimentos em inovação e nas chamadas “terras raras”. Ele reforçou a necessidade de aproximar a academia do setor produtivo, tornando a pesquisa científica mais aplicada e eficiente.
Na categoria Cadeias Agroindustriais Sustentáveis, o prêmio foi para o projeto “Soluções tecnológicas para o aproveitamento integral do babaçu e pequi”, coordenado por Natália Olívia de Souza, do Instituto Senai de Tecnologia de Alimentos. A iniciativa propõe transformar os frutos em bioinsumos alimentares e cosméticos, reduzindo drasticamente o desperdício e fortalecendo comunidades extrativistas.
Mulheres na inovação
A edição de 2025 incluiu um destaque especial para projetos liderados por mulheres. O reconhecimento foi para a pesquisadora Maria Lígia Rodrigues Macedo, responsável por uma equipe de 27 mulheres que criou a primeira plataforma nacional aberta de proteínas e peptídeos com aplicações biotecnológicas. A ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, destacou em mensagem gravada o papel fundamental da diversidade para o avanço da ciência.
Vencedores por categoria
- Deep Tech: “Pantabio – Biopesticida à base de Trichoderma do Pantanal”, de Tiago Calves Nunes (UEMS).
- Cadeias Agroindustriais Sustentáveis: “Soluções tecnológicas para o aproveitamento integral do babaçu e pequi”, do Instituto Senai de Tecnologia de Alimentos.
- Infraestrutura de P&D em ICTs: “Fortalecimento da infraestrutura dos Laboratórios de Agricultura Digital e de Purificação de Proteínas”, da UFMS.
- Ambiente de Inovação: “Modernização do Laboratório IFMaker”, do Instituto Federal Goiano.
- Transformação Digital da Indústria: “Reconhecimento de bovinos através de imagens”, da Kerow Soluções em Precisão.
- Bioeconomia e Energia: “Película fotoluminescente para eficiência energética em módulos fotovoltaicos”, da Anexo Energia.
- Complexo Econômico Industrial da Saúde: “Cell4vision: plataforma biológica de células-tronco em nanoscaolds biomiméticos”, da Universidade Federal de Goiás.
O Prêmio Finep 2025 reforça o papel da ciência como motor do desenvolvimento nacional, promovendo a inovação sustentável e o reconhecimento de talentos que transformam conhecimento em soluções para o futuro.