O governo federal anunciou, nesta quarta-feira (8), o terceiro leilão do Programa Eco Invest Brasil, que já mobilizou mais de R$ 75 bilhões nos dois primeiros eventos. A iniciativa, coordenada pelos Ministérios da Fazenda e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, busca consolidar-se como referência na atração de capital privado para projetos de sustentabilidade no país.
Uma novidade desta edição é a introdução de um mecanismo de proteção cambial voltado a investidores internacionais. A medida visa reduzir os riscos de volatilidade do real e incentivar aportes de longo prazo em áreas sustentáveis.
O leilão terá foco em investimentos de participação societária (equity) em empresas e startups que atuam na bioeconomia, transição energética e economia circular. Entre os projetos priorizados estão superalimentos, hidrogênio verde, biocombustíveis sustentáveis, bioplásticos e reciclagem de baterias.
Instituições financeiras interessadas devem apresentar propostas até 19 de novembro de 2025. Parte dos recursos será distribuída por meio do Fundo Clima, ampliando o apoio a negócios inovadores e sustentáveis.
Mobilização de R$ 75 bilhões
Criado em 2024, o Eco Invest Brasil opera com capital catalítico, no qual recursos públicos assumem maior risco inicial para atrair investimentos privados em larga escala. Nos dois primeiros leilões, o programa mobilizou mais de R$ 75 bilhões, sendo R$ 46 bilhões de investidores estrangeiros.
O primeiro leilão, realizado em novembro de 2024, destinou R$ 44,36 bilhões a biocombustíveis, economia circular e infraestrutura climática. O segundo leilão, voltado à recuperação de áreas degradadas em seis biomas e realizado entre julho e agosto de 2025, deverá restaurar 1,5 milhão de hectares até 2027, gerar mais de 170 mil empregos e movimentar R$ 31,4 bilhões.
Efeito multiplicador
O programa conta com apoio técnico e financeiro do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Embaixada do Reino Unido no Brasil, reforçando o protagonismo do país em finanças sustentáveis.
No lançamento do terceiro leilão, Ilan Goldfajn, presidente do BID, destacou que o modelo brasileiro inspirou a criação do FX Edge, plataforma internacional para reduzir a volatilidade cambial em países em desenvolvimento.
A embaixadora britânica no Brasil, Stephanie Al-Qaq, afirmou que o Reino Unido tem orgulho de apoiar o Eco Invest Brasil, iniciativa que evidencia o compromisso com inovação em finanças sustentáveis.
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, ressaltou o impacto estrutural do programa, destacando o fortalecimento da transformação ecológica e da descarbonização da economia brasileira.