A usina hidrelétrica de Itaipu, localizada na fronteira entre Brasil e Paraguai, finalizou a primeira fase de montagem de sua ilha solar flutuante, projeto piloto que promete gerar energia limpa para uso interno da instalação.
O sistema consiste na ancoragem de 1.568 painéis fotovoltaicos sobre o reservatório do Rio Paraná, responsável por alimentar as 20 turbinas da usina. A etapa inicial foi concluída em 26 de setembro e divulgada pela empresa no início de outubro.
A ilha solar ocupa 7,6 mil metros quadrados, aproximadamente o tamanho de um campo de futebol. Nas próximas semanas, serão instalados os equipamentos finais e realizados os testes de energização, conhecidos como testes frios e quentes.
Estima-se que a operação comece em novembro, com capacidade de geração de 1 MWp, suficiente para abastecer 650 residências. A energia será utilizada internamente pela usina.
Prazo
Em visita ao projeto no final de julho, a construção estava 60% concluída. Segundo o engenheiro Márcio Massakiti Kubo, ajustes no cronograma ocorreram devido às chuvas e para garantir a segurança operacional.
O investimento total é de US$ 854,5 mil (aproximadamente R$ 4,5 milhões), realizado pelo consórcio binacional formado pelas empresas Sunlution e Luxacril.
Avaliação
Após a ativação, a ilha solar passará por um período de um ano de avaliação técnica e ambiental, subsidiando decisões sobre futuras expansões. A cobertura de 1% do reservatório pode gerar até 3,6 TWh por ano, cerca de 4% da produção anual da hidrelétrica em 2023.
O projeto inclui monitoramentos contínuos para avaliar impactos sobre a biodiversidade, qualidade da água e flora aquática.
Capacidade ampliada
O superintendente Rogério Meneghetti destacou que, se 10% do reservatório forem cobertos por placas solares, a geração poderia alcançar 14 mil MW, dobrando a capacidade da usina. Áreas de navegação e reprodução de peixes permanecerão preservadas.
Recorde de produção
Itaipu é responsável por cerca de 9% da energia consumida no Brasil e, em setembro, atingiu a marca de 3,1 bilhões de MWh produzidos desde 1984, energia suficiente para abastecer o país por mais de seis anos ou o mundo por 44 dias.
Além da hidrelétrica, a usina investe em pesquisas de hidrogênio verde, biocombustíveis e transformação de contrabando em biogás.