A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga descontos irregulares de beneficiários do INSS aprovou, nesta quinta-feira (2), um requerimento solicitando a prisão preventiva do presidente da Conafer, Carlos Roberto Ferreira Lopes. Ele havia sido detido anteriormente por falso testemunho durante depoimento à comissão, mas acabou sendo liberado.
O pedido, de autoria do relator deputado Alfredo Gaspar (União-AL), será encaminhado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, e prevê prisão preventiva ou medidas cautelares contra Lopes.
A Conafer é apontada como uma das entidades que mais movimentaram recursos provenientes de descontos aplicados a aposentados e beneficiários associados. Dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) indicam transferências pulverizadas de valores para diversas pessoas físicas e jurídicas, majoritariamente ligadas a Carlos Roberto, sugerindo indícios de lavagem de dinheiro.
Gaspar destacou que o presidente da Conafer não conseguiu justificar a origem lícita dos recursos nem a regularidade das operações durante seu depoimento. Segundo ele, há movimentações superiores a R$ 140 milhões envolvendo Cícero Marcelino, assessor de Carlos Roberto, evidenciando supervisão direta sobre essas transações.
O relator afirmou que os indícios de autoria e a robustez da prova justificam a prisão preventiva, citando riscos de fuga e possibilidade de continuidade das práticas ilícitas. Ele ressaltou ainda que o alcance das atividades da Conafer pode indicar crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa em outras áreas.
Convocações
A CPMI também aprovou a convocação de ex-servidores do INSS para esclarecer fraudes em descontos de aposentados e pensionistas. Entre os convocados estão o ex-procurador-geral Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, sua esposa Thaisa Hoffmann Jonasson e a irmã Maria Paula Xavier da Fonseca Oliveira, todos possivelmente ligados a recursos de empresas investigadas. Os depoimentos ainda serão agendados.