A colheita da safra 2024/25 de algodão em Mato Grosso foi finalizada na última semana de setembro, alcançando 100% da área plantada, segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA). O encerramento marca o término das atividades de campo no maior estado produtor de algodão do Brasil, responsável por grande parte da produção nacional.
Apesar da conclusão da colheita, os produtores enfrentam um cenário de preços desfavorável. A pluma foi negociada, em média, a R$ 113,63/@, apresentando queda de 10,10% em relação ao mesmo período de 2024. No mercado internacional, o contrato de algodão em Nova York (outubro/25) fechou a ¢US$ 64,12/lp, recuo de 2,18% na semana e de 12,44% frente a setembro do ano passado.
Segundo especialistas, a pressão sobre os preços decorre de incertezas no comércio global, incluindo disputas tarifárias envolvendo os Estados Unidos, além da perspectiva de uma produção mundial elevada, que mantém o mercado com oferta superior à demanda.
Em Mato Grosso, a retração nos preços é tradicional nesse período, devido à entrada da nova safra no mercado. No entanto, a combinação de preços baixos e expectativa de custos mais altos para a safra 2025/26 deve levar os produtores a adotarem uma postura mais cautelosa quanto à área plantada no próximo ciclo, previsto para iniciar em dezembro.
Os contratos futuros de algodão também seguem em baixa. O contrato de dezembro/25 na ICE NY recuou 0,97% na semana, cotado a ¢US$ 66,34/lp, enquanto a paridade no mesmo vencimento caiu 0,92%, ficando em R$ 113,77/@.
De acordo com o IMEA, os preços atuais estão abaixo do ponto de equilíbrio calculado para a safra 2025/26, estimado em R$ 125,54/@, reforçando que os produtores devem manter cautela nos investimentos. Essa situação pode impactar a intenção de plantio e limitar o ritmo de expansão da cotonicultura no estado, principal motor do setor no país.