Governo analisa propostas da 5ª CNPM para reforçar combate ao feminicídio

Ministra das Mulheres, Márcia Lopes, afirmou que as sugestões da 5ª Conferência Nacional de Políticas para Mulheres serão avaliadas e anunciou novas medidas contra a violência de gênero.

Fonte: CenárioMT

Governo analisa propostas da 5ª CNPM para reforçar combate ao feminicídio
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O governo federal vai avaliar as propostas apresentadas durante a 5ª Conferência Nacional de Políticas para Mulheres, com foco no combate ao feminicídio. A informação foi confirmada pela ministra das Mulheres, Márcia Lopes, nesta quinta-feira (2), durante participação no programa Bom Dia, Ministra, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Segundo Lopes, cada região do país apresenta características distintas nos casos de feminicídio, o que exige atenção especial. Durante a conferência, as participantes registraram suas sugestões em urnas distribuídas pelo evento. A ministra classificou o crime como inaceitável e destacou a urgência em apoiar os familiares das vítimas.

Entre as medidas, o governo vai acelerar a implementação da pensão para filhos e dependentes de vítimas de feminicídio. O benefício, equivalente a um salário mínimo, deve entrar em vigor em até 60 dias e será solicitado pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

“É fundamental garantir que esses filhos tenham segurança para permanecer na escola e acesso às suas necessidades básicas”, afirmou Lopes. Ela também revelou que um Plano Nacional de Enfrentamento ao Feminicídio será lançado em breve, com ações como campanhas permanentes, penas mais severas e inclusão de conteúdos de prevenção nos currículos escolares.

Dados alarmantes

A ministra lembrou que o Brasil registrou cerca de 800 feminicídios entre janeiro e junho de 2025. Em 2024, o número chegou a 1.492, considerado um recorde. Para ela, as estatísticas reforçam a necessidade de união entre diferentes órgãos e políticas públicas para enfrentar a violência de gênero.

Lei Maria da Penha e prevenção

Lopes também ressaltou a importância da Lei Maria da Penha, considerada “firme e forte”, mas defendeu maior aplicação e fiscalização. Ela alertou especialmente para a gravidade da violência psicológica, muitas vezes invisibilizada. “A violência psicológica é terrível e não pode ser normalizada”, afirmou.

A ministra reforçou que mulheres em situação de violência devem procurar apoio nos Centros de Referência da Assistência Social (Cras) e nos Centros de Referência Especializado de Assistência Social (Creas). Também destacou a importância da denúncia por meio do Ligue 180, serviço disponível 24 horas por dia.

“É dever do Estado interferir e proteger as mulheres. Não podemos mais aceitar a lógica conservadora de que ninguém deve se envolver em casos de violência doméstica”, concluiu.

Gustavo Praiado é jornalista com foco em notícias de agricultura. Com uma sólida formação acadêmica e vasta experiência no setor, Gustavo se destaca na cobertura de temas relacionados ao agronegócio, desde insumos até tendências e desafios do setor. Atualmente, ele contribui com análises e reportagens detalhadas sobre o mercado agrícola, oferecendo informações relevantes para produtores, investidores e demais profissionais da área.