Apesar de ser um dos maiores produtores de etanol do país, com usinas de cana-de-açúcar e milho que garantem autossuficiência e até excedente para exportação, Mato Grosso registra preços do combustível superiores a outros estados. A disparidade levou o deputado estadual Wilson Santos (PSD) a apresentar um requerimento, nesta quarta-feira (1º), para que a secretária adjunta de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor (Procon), Cristiane Vaz dos Santos, preste esclarecimentos à Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).
Segundo o parlamentar, em São Paulo o litro do etanol custa em média R$ 3,79, enquanto em Mato Grosso varia entre R$ 4,20 e R$ 4,30, chegando a valores ainda maiores em algumas localidades. “Mato Grosso é autossuficiente, exportador de etanol da cana-de-açúcar e do milho. Essa majoração não tem explicação. Tudo casadinho, praticando os mesmos valores. Então, quero fiscalizar os fiscais, porque o Procon, nesse quesito, não está fiscalizando coisa nenhuma”, criticou Wilson durante a sessão plenária.
O deputado recordou que, em 2019, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi instaurada na Assembleia para investigar sonegação fiscal nos setores de combustíveis, mineral e do agronegócio. De acordo com ele, o segmento de combustíveis lidera as irregularidades, concentrando cerca de 80% da sonegação no etanol. “Nós temos hoje seis grandes usinas produzindo etanol de milho e outras seis em construção. Houve uma explosão na industrialização do milho em Mato Grosso. Algo está errado nesse processo e precisamos de respostas”, reforçou.
Para Wilson, os preços elevados não apenas contrariam a lógica de mercado em um estado produtor, como também impactam diretamente o custo de vida da população, influenciando transporte, produção de alimentos e diversos serviços.
A data em que a secretária adjunta do Procon prestará os esclarecimentos será definida em conjunto com os demais parlamentares da Assembleia.