Os fretes rodoviários de grãos em Mato Grosso apresentaram alta na última semana em grande parte das rotas monitoradas pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). O avanço foi puxado pela menor disponibilidade de caminhões, cenário influenciado pela concorrência direta com o transporte de pluma de algodão e sementes, o que elevou as cotações do serviço.
Entre os principais corredores logísticos, destacaram-se as rotas de Sorriso (MT) a Miritituba (PA) e de Campo Novo do Parecis (MT) a Santos (SP). Nessas ligações, os valores médios atingiram R$ 310,00 por tonelada e R$ 480,00 por tonelada, respectivamente, correspondendo a aumentos de 3,02% e 2,13% no comparativo semanal. Os números reforçam a pressão sobre os custos de escoamento justamente em um momento de intensa movimentação do setor agropecuário no estado.
Esse movimento evidencia os desafios logísticos enfrentados por produtores e tradings em meio à sobrecarga da malha rodoviária. A disputa por caminhões entre diferentes cadeias produtivas é um reflexo da diversidade agrícola de Mato Grosso, mas também expõe gargalos que impactam diretamente a competitividade do grão mato-grossense nos portos e terminais de transbordo. A tendência é que os preços do frete sigam pressionados no curto prazo, sobretudo diante do ritmo acelerado de embarques rumo a Miritituba e ao Porto de Santos.
