Embora o metanol tenha semelhanças químicas com o etanol, o álcool presente em bebidas, sua metabolização no organismo é muito mais perigosa. Pequenas doses podem provocar danos permanentes, como a cegueira, ou até levar à morte. Especialistas explicam que a substância, ao ser ingerida, se transforma em formaldeído e posteriormente em ácido fórmico, que se acumula no corpo e afeta especialmente o sistema nervoso e o nervo óptico.
Entre os sintomas mais comuns estão visão turva repentina, manchas, intolerância à luz e cegueira, que podem surgir entre 12 e 14 horas após a ingestão. Também são relatados dores de cabeça, náuseas, vômitos, dores abdominais e confusão mental. A evolução costuma ser lenta, ao contrário do etanol, cujos efeitos aparecem rapidamente.
A intoxicação grave ocorre quando o ácido fórmico sobrecarrega as mitocôndrias, responsáveis pela geração de energia nas células. Esse processo gera um quadro comparado pelos médicos a uma “asfixia celular”, que pode ser irreversível.
O tratamento depende da avaliação médica e pode incluir o uso de bicarbonato para corrigir a acidez, vitaminas como ácido fólico, aplicação venosa de etanol e até hemodiálise nos casos mais graves. Especialistas alertam que não se deve tentar soluções caseiras, já que a situação tende a se agravar rapidamente.
A recomendação é buscar atendimento imediato em serviços de urgência, que seguem protocolos específicos para identificar e tratar intoxicações químicas. A rápida ação pode ser decisiva para evitar complicações graves.