A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou que a 30ª edição da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-30), marcada para novembro em Belém (PA), representa uma oportunidade para reforçar o multilateralismo climático.
Em coletiva de imprensa, Marina destacou que “a COP-30 é uma forma de fortalecermos o multilateralismo e de buscarmos novos paradigmas”.
O encontro ocorreu após o último dos seis eventos regionais do Balanço Ético Global (BEG), realizado em Nova York, com participação do embaixador brasileiro André Corrêa do Lago, da fundadora do Centro de Ética da Terra, Karenna Gore, e do conselheiro especial da ONU para Ação Climática, Selwin Hart. A ministra reforçou que o multilateralismo e a diplomacia climática estão atualmente sob ameaça.
“O multilateralismo corre o risco de ser estilhaçado e este seria o pior dos mundos”, afirmou Marina, ao comentar sobre a decisão dos Estados Unidos de deixar o Acordo de Paris em janeiro de 2026, pacto que reúne 195 países para combater as mudanças climáticas e limitar o aumento da temperatura global.
Ela ressaltou que, embora a saída dos EUA represente um grande desafio, a COP-30 é uma oportunidade para que diferentes países demonstrem seu compromisso com o multilateralismo climático.
Marina Silva também enfatizou a necessidade de viabilizar US$ 1,3 trilhão até 2035 para apoiar ações de redução de emissões, adaptação às mudanças climáticas e substituição de combustíveis fósseis por energias renováveis, incluindo solar, eólica, hidrelétrica e biomassa.
Ela alertou que a limitação de fontes renováveis deve ser superada para atender a demanda por energia limpa e destacou a urgência de implementar medidas já acordadas, como triplicar o uso de energia renovável e investir em matrizes energéticas diversificadas.
Durante a coletiva, a ministra comentou sobre os preços das estadias em Belém durante a COP-30, classificando-os como “inaceitáveis”. Medidas estão sendo adotadas pelo governo federal e pelo governo do Pará para garantir que delegações internacionais e sociedade civil possam participar do evento.
O embaixador André Corrêa do Lago detalhou que há planos para reservar quartos para delegações de países menos desenvolvidos e pequenas ilhas, além de acomodações para nações com maior capacidade de mercado, mas ressaltou que os valores continuam desproporcionais, impactando também acadêmicos, imprensa e setor privado.
