Operação em Aripuanã (MT) prende 10 do Comando Vermelho

A Polícia Civil de Mato Grosso prendeu 10 integrantes do Comando Vermelho em Aripuanã durante a Operação Primatus.

Fonte: CenárioMT

Operação em Aripuanã prende 10 do Comando Vermelho em MT
Foto: PJC

A Polícia Civil de Mato Grosso cumpriu, nesta terça-feira (16), 10 mandados de prisão em Aripuanã, no extremo norte do Estado, desarticulando parte de um grupo vinculado ao Comando Vermelho. A facção é investigada por tráfico de drogas, homicídios e extorsão a garimpeiros e compradores de ouro.

Dos 26 mandados expedidos pela Justiça, 10 foram cumpridos. Entre os presos estão Jozimar da Silva dos Reis, Mikaele Carolina Almeida da Silva (Magnata), Sheila do Nascimento (Nayroby), Miquéias da Silva Conceição, Bruna Santos Souza, Igor da Silva Souza, Jucélia Rosalina da Silva, Maycon Jhonata Rosalino da Silva, Soni Rogério de Abreu e Jéssica Viana dos Santos.

Investigações indicam que Nayroby controlava a distribuição de drogas e a movimentação financeira da facção, mesmo estando presa na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto, em Cuiabá, continuava determinando crimes em Aripuanã.

Segundo o delegado Rodrigo Azem, a facção possuía organização interna rigorosa. Cada integrante tinha funções específicas: liderança, julgamentos, aplicação de “salves”, cobrança de extorsões, distribuição de drogas e controle de qualidade dos entorpecentes.

“Esses alvos já possuem status de liderança. Mesmo presos, continuavam determinando ações em Aripuanã, desde o tráfico de drogas até crimes de homicídio, que também estão sendo investigados em outros procedimentos”, afirmou Azem.

Além do tráfico, o grupo explorava a mineração local. Garimpeiros, compradores de ouro e donos de áreas de extração eram obrigados a pagar até 2% sobre vendas ou áreas, sob ameaça. A facção também cobrava dívidas privadas, ficando com parte dos valores.

As investigações revelaram que o grupo usava a distribuição de cestas básicas como ferramenta de controle social, condicionando a ajuda à submissão ou envolvimento em atividades ilícitas. “Eles passam uma ideia de que cumprem o papel social do Estado. Mas, na prática, é uma moeda de troca”, destacou o delegado.

A Operação Primatus, fruto de dois meses de investigação, segue em andamento para cumprir os mandados restantes.