O presidente do Sindicato Rural de Lucas do Rio Verde, Tiago Cinpak, avaliou que a safra de algodão 2024/25 no município ficou dentro do esperado, sem grandes recordes, mas também sem frustrações significativas. Segundo ele, as chuvas tardias ajudaram a manter a produtividade em níveis regulares. “Foi uma safra normal, dentro da expectativa. Já o milho, sim, apresentou produtividade muito boa, acima do que se imaginava”, destacou.
Com a proximidade do início do plantio da soja 2025/26, Cinpak ressalta que os produtores estão em alerta com as primeiras chuvas. “Ainda não é o nível ideal para o plantio, mas as plantadeiras já estão prontas. É preciso aguardar a condição de umidade adequada para garantir uma boa germinação e evitar replantio”, orientou.
No campo de mercado, o presidente observa que soja e algodão seguem com preços abaixo do esperado, refletindo a queda após os altos patamares registrados durante a pandemia. Já o milho tem sustentado bons valores, impulsionado pela forte demanda interna das indústrias de etanol em Mato Grosso. “O milho está dentro de uma expectativa boa e deve até subir nos próximos meses, conforme a safra for escoando. Hoje já é um preço atrativo”, avaliou.
Sobre os custos de produção, Cinpak explicou que os agroquímicos voltaram a patamares de normalidade, mas os fertilizantes seguem pressionados por fatores externos. “O potássio, vindo da Rússia, e os nitrogenados, do Oriente Médio, sofrem influência direta das zonas de conflito. Isso mantém os preços inflacionados e reduz a margem do produtor”, alertou.
Diante desse cenário, a recomendação do Sindicato Rural é de cautela. “As margens estão muito apertadas para o produtor errar. O ideal é respeitar o calendário, aguardar condições adequadas de umidade e só então iniciar a semeadura. Temos até início de outubro como janela excelente para começar com segurança”, reforçou Cinpak.