As exportações brasileiras de café iniciaram a safra 2025/26 em ritmo lento, registrando o menor volume embarcado desde a temporada 2022/23. Segundo dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) analisados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, o Brasil enviou ao exterior 5,89 milhões de sacas entre julho e agosto deste ano, recuo de 22,3% em relação ao mesmo período da safra passada. Isso representa 1,695 milhão de sacas a menos no comparativo anual.
Pesquisadores do Cepea apontam que a redução está relacionada, em grande parte, ao menor volume colhido na safra nacional de 2025. Além disso, os efeitos da sobretaxa imposta pelos Estados Unidos também pesaram sobre os embarques. Em agosto, inclusive, o país perdeu a posição de principal destino do café brasileiro para a Alemanha, que passou a liderar as importações.
Apesar da queda significativa no volume, a receita com as exportações cresceu de forma expressiva. A valorização dos preços médios em dólar garantiu ao Brasil uma arrecadação recorde para o período, alcançando US$ 2,14 bilhões nos dois primeiros meses da temporada.
Esse cenário reforça a importância da demanda internacional por cafés brasileiros, mesmo diante de entraves logísticos e comerciais, e evidencia como a variação de preços pode amenizar os efeitos de uma oferta mais restrita no mercado global.