O Mercosul assinou um acordo de livre comércio com quatro países europeus que integram a Associação Europeia de Livre Comércio (Efta): Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein. A parceria, oficializada no Palácio Itamaraty, no Rio de Janeiro, cria um mercado de 290 milhões de consumidores e um Produto Interno Bruto combinado de US$ 4,39 trilhões.
As negociações começaram em 2017 e foram concluídas em junho de 2025, em Buenos Aires, durante a presidência rotativa da Argentina no bloco. O tratado prevê eliminação de tarifas, abertura de mercados agrícolas e industriais e inclui cláusulas ambientais e de sustentabilidade.
Na cerimônia, o vice-presidente Geraldo Alckmin classificou a assinatura como um passo histórico para o multilateralismo. “Em um mundo de incerteza, estamos mostrando que é possível fortalecer o livre comércio e a integração entre os povos”, declarou.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, destacou a persistência nas negociações e ressaltou que o acordo sinaliza defesa do comércio internacional baseado em regras. Já representantes da Noruega e da Islândia afirmaram que a cooperação econômica é fundamental diante do cenário global instável.
A Efta reúne 15 milhões de habitantes e PIB de US$ 1,4 trilhão, com alguns dos países de maior renda per capita do mundo. O acordo garante vantagens a produtos do Mercosul, como carnes, milho, frutas e café, além de incluir temas como propriedade intelectual, investimentos, compras públicas e sustentabilidade.
O tratado ainda precisa passar por processos internos de aprovação em cada país, incluindo o Congresso Nacional no Brasil. Enquanto isso, o governo brasileiro anunciou que segue com novas negociações, incluindo Canadá, Emirados Árabes Unidos, México e Índia. Em paralelo, permanece a expectativa de avanço no aguardado acordo Mercosul-União Europeia, em negociação há mais de 25 anos.
Com essas parcerias, o Mercosul busca ampliar sua presença no comércio global e reforçar sua posição em um cenário marcado por protecionismo e disputas tarifárias.