Amigos, familiares e músicos se reuniram nesta segunda-feira (15) para se despedir de Hermeto Pascoal, na Areninha Cultural que leva o nome do artista, em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro. A cerimônia permanecerá aberta ao público até as 21h.
O local foi escolhido a pedido do próprio músico, por estar próximo ao bairro Jabour, onde viveu grande parte da vida após se mudar para a capital fluminense.
O som do “bruxo”
Fábio Pascoal, filho do artista, destacou que a alcunha de bruxo sempre fez sentido, já que Hermeto transformava objetos comuns em instrumentos. “Ele pegava uma folha, uma chaleira, um copo com água, e dali tirava música. Era um alquimista sonoro, eterno em sua criação”, disse.
Identidade e legado
A compositora e arranjadora Carol Panesi, que já tocou com o multi-instrumentista, afirmou que ele era um “ser iluminado, generoso e de valor universal”. Segundo ela, sua obra representa liberdade, identidade e brasilidade, reunindo elementos únicos de forma intuitiva e criativa.
Trajetória marcante
Hermeto Pascoal morreu no sábado (13), aos 89 anos, vítima de complicações de fibrose pulmonar. Reconhecido internacionalmente, foi vencedor de três prêmios Grammy Latino e considerado um dos maiores nomes da música instrumental brasileira.
Seu último trabalho, lançado em 2024, foi o álbum inédito “Pra você, Ilza”, dedicado à esposa com quem foi casado por mais de quatro décadas. O artista deixa seis filhos, 13 netos e 10 bisnetos.
Nascido em 1936 em Lagoa da Canoa, Alagoas, Hermeto começou a tocar ainda criança e aos 15 anos já era músico profissional. Mudou-se para Recife em busca de oportunidades e construiu uma carreira marcada por inovação e genialidade.
O enterro de Hermeto Pascoal será realizado nesta terça-feira (16), em local ainda não divulgado.