Mercado financeiro projeta inflação de 4,83% para 2025

Boletim Focus indica redução nas expectativas do IPCA, com inflação prevista abaixo das estimativas da semana passada.

Fonte: CenárioMT

Mercado financeiro projeta inflação de 4,83% para 2025
Mercado financeiro projeta inflação de 4,83% para 2025 - Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

O mercado financeiro revisou para baixo suas projeções de inflação para 2025. Segundo o boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (15), o Brasil deve encerrar o ano com o IPCA em 4,83%, ligeiramente abaixo dos 4,85% projetados há uma semana.

Há quatro semanas, a estimativa era de 4,95% para o próximo ano. Para 2026, a projeção caiu para 4,30%, enquanto 2027 deve fechar em 3,90%.

A previsão de 2025 permanece acima do teto da meta de inflação do Banco Central, definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual, ou seja, entre 1,5% e 4,5%.

Em agosto, o Brasil registrou deflação de -0,11%, a primeira desde agosto de 2024, aproximando as projeções do mercado do limite superior. Entre os destaques do mês, a queda de 4,21% na conta de luz contribuiu para a redução do grupo habitação em 0,90%.

O grupo alimentação e bebidas registrou queda de -0,46% pelo terceiro mês consecutivo, e o setor de transportes recuou 0,27%, reforçando o impacto negativo sobre o IPCA.

Câmbio

As projeções para a cotação do dólar em 2025 também recuaram, passando de R$ 5,55 para R$ 5,50. Este é o quarto ajuste consecutivo de baixa, refletindo medidas econômicas adotadas recentemente pelo governo dos Estados Unidos. Para 2026 e 2027, a expectativa de câmbio permanece em R$ 5,60.

PIB e Selic

As projeções do Produto Interno Bruto (PIB) se mantiveram estáveis, com crescimento estimado em 2,16% para 2025. Para 2026, a expectativa caiu para 1,80%, enquanto 2027 deve registrar 1,90% de crescimento.

Quanto à taxa básica de juros, a Selic deve encerrar 2025 em 15%, valor mantido nas últimas 12 semanas. Para os anos seguintes, a projeção é de 12,38% em 2026 e 10,50% em 2027. O Banco Central utiliza a Selic para controlar a inflação, ajustando-a conforme a demanda e o comportamento da economia.

O impacto da Selic também reflete no crédito: juros mais altos encarecem empréstimos e incentivam a poupança, enquanto reduções tornam o crédito mais barato e estimulam produção e consumo.