Óleo de soja ganha espaço histórico na margem da indústria e se aproxima do farelo

Fonte: CenarioMT

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Foto: Divulgação Imcopa

Um levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) mostra uma mudança histórica na composição da margem de lucro da indústria de esmagamento de soja. Na semana passada, a participação do óleo de soja praticamente se igualou à do farelo, resultado direto do avanço da demanda, sobretudo pelo setor de biodiesel.

De acordo com os dados, no dia 11 de setembro, o farelo respondeu por 51% da margem da indústria, enquanto o óleo alcançou 49%. A proximidade contrasta fortemente com os números observados em 2024, quando a participação média foi de 62,2% para o farelo e 37,8% para o óleo, considerando como referência os preços da soja em grão, do óleo e do farelo no estado de São Paulo.

Pesquisadores do Cepea explicam que a crescente busca pelo óleo brasileiro, impulsionada pelas políticas e metas de utilização de biodiesel, tem alterado a dinâmica do setor. Esse movimento reforça a importância estratégica do óleo na composição de receitas da indústria de processamento, que historicamente sempre teve no farelo a principal fonte de rentabilidade.

A mudança abre espaço para novos ajustes no mercado, já que a valorização do óleo pode impactar diretamente a competitividade do biodiesel e também as exportações do produto. Para especialistas, trata-se de um marco estrutural que pode influenciar a forma como as indústrias equilibram sua produção e estratégias comerciais nos próximos anos.