PF deflagra operação contra fraudes no INSS com mandados em SP e DF

A Polícia Federal lançou nova fase de investigação que apura fraudes bilionárias em benefícios do INSS, com prisões e buscas autorizadas pelo STF.

Fonte: CenárioMT

PF deflagra operação contra fraudes no INSS com mandados em SP e DF
Foto: Polícia Federal/divulgação

A Polícia Federal (PF) iniciou nesta sexta-feira (12) a Operação Cambota, um desdobramento da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões.

Foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão, autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em São Paulo e no Distrito Federal.

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De acordo com a PF, a ação mira crimes como obstrução de investigações sobre organização criminosa, dilapidação e ocultação de patrimônio.

Contexto

A Operação Sem Desconto, deflagrada em abril pela PF em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), revelou que entidades descontaram ilegalmente cerca de R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024.

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Na ocasião, mais de 200 mandados foram cumpridos em diversos estados, com bloqueio de bens que ultrapassaram R$ 1 bilhão e afastamento de servidores públicos envolvidos.

Avanço das investigações

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso aprovou cerca de 400 pedidos de informações e quebras de sigilos bancário, fiscal e telemático de investigados.

Entre os alvos estão os empresários Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, e Maurício Camisoti, além do ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto. Na semana anterior, a CPMI já havia solicitado a prisão preventiva de 21 investigados.

Ressarcimento a beneficiários

Mais de 1,6 milhão de aposentados e pensionistas já receberam R$ 1,084 bilhão em ressarcimentos, pagos pelo INSS em julho deste ano. Os valores foram corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e depositados diretamente nas contas dos beneficiários.

Os recursos para o reembolso vieram de medida provisória que liberou R$ 3,31 bilhões em crédito extraordinário. Paralelamente, a Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu o bloqueio judicial de R$ 2,8 bilhões em bens de investigados, destinados a cobrir os custos de devolução.

Os pagamentos seguem a ordem de adesão ao acordo, e o prazo para contestação vai até 14 de novembro de 2025.

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Graduado em Jornalismo pelo Unasp (Centro Universitário Adventista de São Paulo): Base sólida em teoria e prática jornalística, com foco em ética, rigor e apuração aprofundada.