O Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro (CCBB RJ) será palco, de 10 a 15 de setembro, da primeira edição carioca da Mostra de Cinemas Africanos (MCA). Criado em 2018, em Salvador, o festival é dedicado exclusivamente a produções contemporâneas do continente africano.
Ao longo dos anos, a mostra já percorreu cidades como Aracaju, Porto Alegre, São Paulo, Curitiba e Poços de Caldas. Desta vez, dentro da Temporada França-Brasil 2025, o evento traz 15 longas e cinco curtas de 11 países africanos. Além do Rio, a programação também passará por Salvador, Cachoeira e São Paulo.
A entrada é gratuita, com retirada de ingressos na bilheteria do CCBB a partir das 9h. A curadoria é assinada pela idealizadora Ana Camila Esteves e pela ganense Jacqueline Nsiah, integrante do comitê de seleção do Festival de Berlim. Muitos dos filmes já participaram de festivais como Cannes, Locarno, Tribeca e Berlinale, mas a maioria será exibida pela primeira vez no Brasil.
Segundo Ana Camila, o objetivo da mostra é ampliar o repertório do público brasileiro sobre o cinema africano contemporâneo e desconstruir estereótipos. “São filmes que não chegam ao Brasil, apesar de circularem em festivais internacionais. Nosso festival surgiu para preencher essa lacuna”, afirmou.
A diversidade é um dos pontos centrais. “Falamos de cinemas africanos, no plural, porque cada país tem suas próprias narrativas, estilos e condições de produção”, explicou Ana Camila, destacando a heterogeneidade entre países como Senegal, Nigéria, Burkina Faso e África do Sul.
Na programação carioca, um dos destaques é O Fardo da Nigéria, de Ema Edosio, escolhido para abrir o festival no dia 10, seguido de debate com a diretora. Já o encerramento contará com Demba, do senegalês Mamadou Dia. Outro ponto alto é a exibição de Mami Wata, que rendeu à diretora de fotografia brasileira Lílis Soares prêmio no Festival de Sundance.
A Nigéria terá papel especial nesta edição, com uma seleção de cinco longas e sete curtas recentes, resultado de uma parceria firmada com o festival Sixteen. Além das exibições, o público poderá participar de um minicurso sobre Nollywood, ministrado por Ana Camila, que abordará o contexto histórico, estratégias de mercado e a expansão dessa que é uma das maiores indústrias cinematográficas do mundo.
Para a curadora, realizar a mostra no CCBB é motivo de orgulho. “Sempre admirei a curadoria de cinema feita pelo centro cultural. Estar nesse espaço é uma chancela importante para o nosso trabalho”, destacou.
