Cáceres, em Mato Grosso – A Justiça manteve a prisão preventiva do advogado Douglas Antônio Gonçalves e de sua esposa, Francimeire Correa de Mesquita, investigados na Operação Conductor, deflagrada na última terça-feira (2). A decisão foi tomada pela juíza Raíssa da Silva Santos Amaral, que considerou não haver fundamentos para a soltura do casal.
O advogado foi encaminhado ao Centro de Ressocialização Ahmenins Lemos Dantas, em Várzea Grande. A operação, conduzida pelas autoridades policiais, cumpriu 95 ordens judiciais em três estados: Mato Grosso, Maranhão e Pernambuco. Ao todo, foram emitidos 16 mandados de prisão preventiva, 35 de busca e apreensão, 39 bloqueios de valores e cinco sequestros de veículos.
As investigações apontam que o grupo investigado atuava no tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, movimentando cerca de R$ 100 milhões. A apuração começou em abril de 2024, após a prisão de um homem de 31 anos em Cáceres, flagrado pela Polícia Rodoviária Federal com 153,8 quilos de cocaína em uma van disfarçada de transporte de passageiros.
A partir desse episódio, a Polícia Civil identificou uma rede criminosa composta por ao menos 31 pessoas físicas e oito empresas. O suposto líder, residente em Várzea Grande, organizava transporte, armazenamento, negociação e distribuição das drogas na região metropolitana de Cuiabá.
Segundo as investigações, em apenas quatro meses o grupo recebeu mais de duas toneladas de entorpecentes, avaliados em R$ 45 milhões, valor equivalente aos bens bloqueados durante a operação. As drogas eram destinadas tanto ao consumo local quanto a outros estados.
Para armazenar os entorpecentes, armas e munições, os criminosos utilizavam casas de médio padrão em Várzea Grande e realizavam entregas em supermercados e terminais de ônibus.