Nesta segunda-feira (1º), a TV Brasil exibe, às 23h, um novo episódio do programa Caminhos da Reportagem, com o tema Manejo do Fogo: do ancestral ao futuro. A atração detalha soluções inovadoras e tradicionais para o combate às queimadas no Brasil.
Em 2024, o país atingiu 30 milhões de hectares queimados, um recorde histórico 62% acima da média histórica. Especialistas apontam que o fenômeno climático El Niño, aliado às mudanças climáticas e ao uso do solo, contribui para a intensidade dos incêndios.
Rodrigo Agostinho, presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), ressalta que, diante das mudanças climáticas, é essencial investir em prevenção, não apenas em estruturas de combate ao fogo.
“É saber lidar com o fogo como um componente cultural, presente na paisagem. Com as mudanças climáticas, as tragédias serão maiores e a sensação de impotência, frequente”, afirma.
Brigadistas
O trabalho de combate às queimadas envolve brigadistas florestais, contratados ou voluntários, que frequentemente enfrentam riscos à vida. Thomas Tanaka, técnico ambiental do PrevFogo, destaca a exposição a chamas e fumaça prejudicial à saúde humana.
Osvaldo Barassi Gajardo, da WWF-Brasil, reforça a importância da presença contínua dos brigadistas durante todo o ano e a necessidade de valorização desse profissional.
“Não adianta ter brigadistas apenas alguns meses. A prevenção constante é crucial”, lembra.
Uso ancestral
O programa apresenta Mayangdi Inzaulgarat Suárez, natural de Cuba e brigadista voluntária no Brasil desde 2019. Em 2024, atuou na comunidade quilombola Kalunga do Mimoso, no Tocantins.
“Populações tradicionais, indígenas e quilombolas, utilizam o fogo de forma controlada no fim das chuvas, evitando danos à vegetação”, explica.
A produção da TV Brasil destaca que o fogo é ferramenta ancestral de manejo territorial, adaptada às condições locais.
Inovações de baixo custo
O Instituto Invento desenvolveu, com pesquisadores, agricultores e ICMBio, cinco soluções práticas para o combate ao fogo em oficina realizada em Brasília. Entre elas estão bombas costais elétricas, reservatórios de água, acessórios para roçadeiras e sensores para monitoramento do solo e clima.
O coletivo já criou mais de 60 protótipos em áreas de agroecologia, sociobiodiversidade e restauração ecológica, segundo Oda Scatolini, diretor executivo do Instituto Invento.
Serviço
Caminhos da Reportagem – Manejo do Fogo: do ancestral ao futuro
Às 23 horas, na TV Brasil