Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acreditam que dois fatores podem pesar a favor do ex-mandatário no julgamento da chamada trama golpista: a possibilidade de uma pena mais branda e a manutenção da prisão domiciliar, em vez do cumprimento da pena no sistema prisional comum.
Bolsonaro é acusado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, de ter participação em atos que visavam atentar contra a ordem democrática no país. Caso seja condenado, ele pode ser levado ao Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília — onde já cumpriram pena figuras como o empresário e ex-senador Luiz Estevão, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e outros réus do processo do mensalão.
Idade e saúde podem influenciar decisão
Nos bastidores, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam que a idade de Bolsonaro, de 70 anos, pode ser um elemento considerado no julgamento. Além disso, a defesa tem destacado as sequelas físicas decorrentes da facada sofrida durante a campanha eleitoral de 2018. Desde então, o ex-presidente passou por diversas cirurgias e tratamentos médicos.
Esses fatores podem pesar na decisão de permitir que Bolsonaro cumpra eventual condenação em regime de prisão domiciliar, sob monitoramento eletrônico, em vez da transferência imediata para uma cela especial no presídio.
Expectativa para o julgamento
O julgamento da trama golpista está marcado para começar em 2 de setembro e deve se estender até o dia 12 de setembro, na Primeira Turma do STF. A sessão será acompanhada de perto por aliados e opositores, já que o resultado pode impactar diretamente o futuro político do ex-presidente.
Até lá, a defesa de Bolsonaro articula estratégias para tentar reduzir a pena e garantir que, em caso de condenação, ele não seja enviado à Papuda.