Com o avanço da colheita e do beneficiamento da pluma no Brasil, os cotonicultores têm priorizado o cumprimento dos contratos a termo, segundo levantamento do Cepea. A maior parte desses acordos foi firmada anteriormente a valores mais vantajosos do que os atuais preços praticados no mercado spot, o que explica a baixa disponibilidade para negociações imediatas.
Embora alguns vendedores ainda disponibilizem volumes e mostrem maior flexibilidade, a resistência de compradores em elevar as ofertas pressiona as cotações. Além disso, a dificuldade na aprovação de lotes tem limitado a liquidez das negociações.
Do lado da demanda, o cenário também é de cautela. Indústrias relatam enfraquecimento nas vendas e, por isso, evitam novas aquisições, recorrendo ao uso de estoques próprios ou ao abastecimento por meio de contratos já firmados.
Para analistas, esse comportamento revela um mercado em compasso de espera: produtores focados em contratos mais rentáveis, enquanto compradores seguram as aquisições diante do desaquecimento do consumo. No curto prazo, o equilíbrio entre oferta e demanda deve continuar definindo o rumo das cotações.