O governo federal anunciou nesta segunda-feira (25) a liberação de R$ 12 bilhões em crédito voltado à modernização do parque industrial brasileiro, no contexto da chamada indústria 4.0. O objetivo é acelerar a substituição de maquinário, ampliar a digitalização e incorporar soluções de inteligência artificial ao processo produtivo.
Segundo o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, a medida busca estimular a renovação tecnológica. “Ao invés de depreciar a compra de máquinas e equipamentos em 15 anos, é preciso depreciar a cada dois. Um forte estímulo à renovação industrial”, destacou.
Competitividade
Os recursos serão oferecidos por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), responsável por R$ 10 bilhões, e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que aportará outros R$ 2 bilhões.
De acordo com Alckmin, a iniciativa atende a uma demanda antiga do setor produtivo. “Era um grande anseio da indústria ter acesso a crédito mais acessível para renovar suas máquinas, reduzir custos, melhorar a eficiência energética e aumentar a competitividade”, afirmou. Ele ressaltou que o plano vinha sendo discutido desde o ano passado, sem relação direta com as tarifas impostas recentemente pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.
O ministro reforçou que a expectativa é ampliar a competitividade interna e externa. “A indústria brasileira vai ser mais competitiva para vender produtos melhores e a preços menores no Brasil e conquistar espaço no mercado internacional”, disse.
Inovação
O presidente do BNDES, Aloísio Mercadante, destacou a importância estratégica do programa. “O motor do crescimento é o investimento. O investimento precisa de inovação. A indústria mundial hoje é cada vez mais competitiva e inovadora”, declarou. Ele lembrou que o setor de bens de capital é essencial, pois fornece máquinas e equipamentos para toda a cadeia produtiva.
Segundo Mercadante, os financiamentos terão taxa de juros de 7,5% ao ano, com prazos mais longos e período de carência. “É uma taxa extremamente competitiva em qualquer economia do mundo. Um grande estímulo para destravar investimentos”, avaliou.
O dirigente acredita que os recursos contribuirão para modernizar a indústria nacional, ampliar sua capacidade exportadora e abrir espaço em novos mercados. Entre os países com potencial para parcerias comerciais, citou México, Canadá, Índia e Nigéria.
Novos mercados
Mercadante enfatizou que o crédito não será restrito às empresas vinculadas ao programa Brasil Soberano, criado para apoiar companhias impactadas pelas tarifas norte-americanas. O financiamento estará disponível para modernização de maquinário e adoção de tecnologias da indústria 4.0, como digitalização e inteligência artificial. “São as máquinas mais modernas do mundo, cada vez mais exigidas nos processos produtivos”, completou.